São Paulo, Segunda-feira, 05 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARENA DO MARKETING
Para publicitário, "lembrança é mais forte"
Gente famosa traz retorno a comercial

da Redação

Criador de slogans como "Não basta ser remédio, tem que ser Gelol", Dudu de Carvalho, diretor da Movi&Art e assessor de marketing e propaganda do Laboratório Dorsay, credita parte de seu sucesso publicitário ao uso de "gente famosa" em comerciais.
Um exemplo é o biotônico Fontoura, que utilizou pela primeira vez essa estratégia.
"Aparentemente, é mais caro, porque o cachê é maior. Mas o retorno é melhor, porque o "recall" (lembrança) é mais forte, o produto fica na memória do consumidor já na primeira inserção", explicou Carvalho durante a palestra "Casos e casos de sucesso", que integra o ciclo de debates "Arena do Marketing", promovido pela Folha.
Em 98, quando houve a Copa do Mundo, diz o publicitário, foram vendidos 40 milhões de unidades do biotônico.
"A Copa é um evento importante e os patrocinadores chegam a usar vinhetas especiais. Nós colocamos não uma vinheta especial, mas utilizamos chamadas curtas, trechos do filme nos intervalos dos jogos, o que nos levou a esse resultado."
Também apostando em atores famosos, a primeira campanha do Vitasay teve Pelé como personagem.
Na linha de cosméticos, o destaque é o comercial do xampu Monange, que usou atores "espantados" com o preço baixo do produto em comparação com os xampus "comuns".
As vendas passaram de 500 mil para 3,6 milhões de unidades por mês.
O publicitário enfatiza ainda que procura sempre atores que estão em foco na mídia. "Por exemplo, uso um ator que está na novela e veiculo a propaganda no intervalo dela", diz.
Nem todas as suas criações, porém, seguiram essa estratégia. É o caso do antigripal e analgésico Doril. "A venda de antigripais é sazonal, concentrada no inverno. Para mudar isso, inserimos uma brecha dizendo que o remédio funcionaria para gripes e resfriados, além de acabar com a dor."
Daí surgiu o "Tomou Doril, a dor sumiu". O Doril se firmou e chegou a vender 120 milhões de comprimidos por mês.


Texto Anterior: Kaiser pode "entrar pelo cano", diz fundador
Próximo Texto: Francal tem início hoje no Anhembi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.