São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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Use suas economias para quitar dívidas

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre os consultores financeiros, há duas dicas, além da de diversificar, que estão sendo repetidas com frequência para quem, frente à atual turbulência, tem dúvidas sobre onde aplicar o dinheiro. A primeira é pagar as dívidas. A segunda é investir um pequeno percentual das economias em ações.
Como ninguém sabe o futuro do mercado financeiro e existe o risco de a inflação voltar a subir por causa da alta do dólar, o melhor a fazer, para quem tem dívidas, é tirar o dinheiro das aplicações e quitá-las.
Assim, explica Mauro Halfeld, consultor e professor da Universidade Federal do Paraná, a pessoa não corre o risco de, daqui a alguns meses, a dívida ter crescido mais do que o dinheiro no banco.
Aplicar no mercado de ações é uma sugestão para quem suporta oscilação e pode investir olhando o longo prazo, sem data estipulada para resgate. "Os preços estão muito atrativos", diz Carlos Fagundes, consultor e professor do Ibmec de São Paulo. É hora de colocar em prática o ditado que diz "compre na baixa e venda na alta".
De acordo com dados da Economática, no dia 1º de agosto, o valor de mercado da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em US$ 98,2 bilhões, número próximo ao que vale, nos EUA, a Philip Morris (US$ 98,5) e o Bank of America (US$ 99,7 bilhões).
O valor de mercado da Bovespa é obtido a partir da soma das cotações de todas as empresas negociadas em seus pregões (214 companhias). A Bolsa do México, com 94 empresas e que raramente costumava valer menos que a brasileira, no dia 1º, somava US$ 121 bilhões.
Dólar e ouro, que, até alguns meses atrás, eram aplicações sugeridas em estratégias de diversificação, agora estão fora das recomendações. O motivo é o preço muito alto. "Dólar, nos níveis da semana passada, não se sustenta", diz Fagundes.
Quanto à indicação de investimentos em imóveis, não há consenso entre os consultores. Halfeld, por exemplo, acha que o mercado imobiliário está em ótimo ponto de compra. "Com a atual turbulência, haverá um "boom" no setor", diz.
Ricardo Humberto Rocha não descarta os imóveis como opção de diversificação, mas alerta que é preciso avaliar com muito critério a compra, pois o custo de carregamento ao longo do tempo, com impostos, condomínio e reforma, é alto.
Além disso, em caso de confisco, a tendência seria de os preços dos imóveis caírem, já que ninguém teria dinheiro para comprá-los. (IC)


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Com a turbulência, o melhor é diversificar aplicações

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