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RETOMADA
Desemprego menor e renda maior fizeram as vendas subir, diz a Abia
Fabricantes de alimentos produzem e vendem mais
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As indústrias de alimentos aumentaram a produção e as vendas
no primeiro semestre deste ano
em relação ao mesmo período de
2003. Os números surpreenderam os próprios economistas da
Abia (reúne as indústrias do setor), que até semanas atrás previam desempenho ainda tímido
do mercado interno no semestre.
De janeiro a junho a produção
(em toneladas) cresceu 5,18% em
relação a igual período de 2003.
As vendas reais (descontada a inflação) cresceram 4,28% no mesmo período.
Na análise da entidade, não foram as exportações, mas o mercado interno, o principal responsável pelos números positivos.
"Dos 5,18%, só 1% é responsabilidade das exportações. Os outros
4% são referentes à maior demanda do mercado interno", informou, em nota, a Abia.
Em apenas um mês, o nível de
utilização da capacidade instalada
do setor cresceu três pontos percentuais -de 69,6% em maio para 72,6% em junho. Logo, há mais
máquinas operando nas fábricas.
"É surpreendente que tenhamos tido um resultado tão bom",
afirmou Denis Ribeiro, economista da entidade.
Apenas no mês de junho, a produção física cresceu 11,95% em relação a maio. As vendas reais tiveram alta de 8,59% no período.
Segundo avaliação da Abia, a
queda do desemprego e o aumento da renda (o salário real médio
dos empregados das indústrias
paulistas subiu 7,4% de janeiro a
junho sobre igual período de
2003) podem explicar esse bom
resultado na demanda doméstica.
Recentes balanços financeiros
de companhias como a Sadia e a
Avipal já tinham mostrado forte
recuperação na demanda. Na Sadia, as vendas no Brasil no primeiro semestre cresceram 8,7%
(em toneladas). Em produtos industrializados, a alta foi de 11%.
A companhia havia informado,
no balancete do segundo trimestre, a percepção de recuperação
nas vendas em grandes capitais
do país. Até março, esse movimento era percebido principalmente no interior.
O "lanterninha"
Historicamente, segundo o
comportamento do setor em outros momentos de retomada econômica, as vendas da indústria
alimentícia demoram mais a
acontecer quando há sinais de
melhora no humor da economia.
Isso acontece porque o segmento é encarado como prioridade
para o consumidor e, portanto,
menos sensível a esses movimentos de sobe-e-desce no consumo.
Alguns dados ainda parecem
conflitantes. Na semana passada,
a Abras (associação de supermercados) informou que o faturamento real do setor aumentou
0,1% no primeiro semestre ante
igual período de 2003. A direção
da entidade, porém, confirmou
uma recuperação nos últimos
meses do primeiro semestre.
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