São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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TRIBUTOS

Presidente vai lançar, em MG, conjunto de medidas para incentivar indústria e aplicações financeiras de longo prazo

Lula anuncia "pacote de bondades" amanhã

KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar amanhã, em visita a uma entidade empresarial em Belo Horizonte (MG), um "pacote de bondades" para a economia, segundo expressão ouvida pela Folha na cúpula do governo. Basicamente, haverá redução de impostos para alguns setores da indústria e para incentivar aplicações financeiras (poupança) de longo prazo.
A Casa Civil e o Ministério da Fazenda pretendem finalizar hoje os detalhes do pacote, reduzindo impostos, por exemplo, dos setores de bens de capital, informática e portos. Até ontem, o valor total do pacote girava entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões anuais.
O pacote combina razões econômicas com políticas. O aumento da carga tributária no primeiro semestre dá margem a concessões pontuais. E Lula quer colher a repercussão política do anúncio de uma boa notícia numa capital em que o candidato do PT à reeleição, o prefeito Fernando Pimentel, vem subindo nas pesquisas e está empatado tecnicamente com o líder, João Leite (PSB).
Nos últimos dias, Lula tem dito em reuniões do governo que os candidatos do PT terão em 3 de outubro, dia das eleições municipais, um quadro econômico mais favorável. A intenção do presidente é evitar participação direta nas campanhas, mas usar o discurso de retomada do crescimento da economia para alavancar as candidaturas petistas. Daí o anúncio em Minas ajudar Pimentel, por exemplo.
De modo geral, houve melhoria recente da performance dos candidatos petistas nas principais capitais. Isso coincidiu com o período em que a economia dá sinais de recuperação.
Em reuniões nos últimos dois meses com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, Lula pediu a ele medidas de incentivo ao emprego e à distribuição de renda que não comprometessem o rigoroso ajuste fiscal.
Palocci cedeu devido à arrecadação recorde do primeiro semestre deste ano (R$ 155,875 bilhões). Houve aumento da carga tributária, apesar de o governo negar isso. O crescimento real foi de 8,81% na comparação com o primeiro semestre de 2003.
O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre bens de capital (máquinas e equipamentos), que registrou elevado crescimento de 2003 para este ano, deverá ser um dos tributos que sofrerão redução em alguns setores.


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