São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Saldo de estrangeiros na Bovespa fica negativo em R$ 305 mi; aplicações vêem fuga pelo 4º mês

Bolsa e fundos perdem recursos em julho

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da melhora do mercado financeiro, o mês de julho foi marcado por perdas de recursos, tanto na Bovespa quanto na indústria de fundos de investimento. As vendas de ações feitas por investidores estrangeiros superaram as compras na Bolsa de Valores de São Paulo pelo segundo mês seguido. Já a captação -diferença entre saques e aplicações- do mercado de fundos ficou negativa pelo quarto mês.
O saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa ficou negativo em R$ 304,8 milhões em julho. No mês anterior, o saldo havia ficado negativo em R$ 571,3 milhões.
"Devido ao cenário externo, ainda marcado por preocupações com a evolução do petróleo e da economia americana, é até normal que haja alguma saída de estrangeiros. Esse movimento apenas se aprofundará se o valor do petróleo subir muito daqui para a frente", avalia Michel Campanella, analista da corretora Socopa.
No mercado de fundos, a captação foi negativa em R$ 1,07 bilhão, segundo a Anbid. Os fundos multimercados -saída líquida de R$ 1,30 bilhão- e os DI -saída de R$ 1,36 bilhão- foram os que mais perderam recursos no mês.
Os fundos multimercados carregam tanto títulos de renda fixa quanto de variável e representam riscos maiores para os investidores. Segundo a Anbid, as perdas dos multimercados foram influenciadas por saques em três grandes fundos exclusivos.
Em julho, as aplicações nos fundos de ações foram R$ 491 milhões superiores aos resgates, com importante influência do lançamento do PIBB (fundo criado pelo BNDES).

Juros em alta
O valor elevado do petróleo no mercado externo trouxe pressão às projeções futuras de juros. Se o aumento do produto for repassado aos preços locais, pode haver pressão inflacionária. A taxa do contrato DI com vencimento em 360 dias subiu de 17,54% para 17,83% ao ano na BM&F.
O convite da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado para que os presidentes do BC, Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb, prestem esclarecimentos sobre as denúncias de sonegação fiscal e evasão de divisas não trouxe turbulência ao mercado. O dólar ficou estável. A Bolsa recuou 0,87%.
(FABRICIO VIEIRA)


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