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MERCADO FINANCEIRO
Saldo de estrangeiros na Bovespa fica negativo em R$ 305 mi; aplicações vêem fuga pelo 4º mês
Bolsa e fundos perdem recursos em julho
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da melhora do mercado
financeiro, o mês de julho foi
marcado por perdas de recursos,
tanto na Bovespa quanto na indústria de fundos de investimento. As vendas de ações feitas por
investidores estrangeiros superaram as compras na Bolsa de Valores de São Paulo pelo segundo
mês seguido. Já a captação -diferença entre saques e aplicações- do mercado de fundos ficou negativa pelo quarto mês.
O saldo de investimentos estrangeiros na Bolsa ficou negativo
em R$ 304,8 milhões em julho. No
mês anterior, o saldo havia ficado
negativo em R$ 571,3 milhões.
"Devido ao cenário externo,
ainda marcado por preocupações
com a evolução do petróleo e da
economia americana, é até normal que haja alguma saída de estrangeiros. Esse movimento apenas se aprofundará se o valor do
petróleo subir muito daqui para a
frente", avalia Michel Campanella, analista da corretora Socopa.
No mercado de fundos, a captação foi negativa em R$ 1,07 bilhão,
segundo a Anbid. Os fundos multimercados -saída líquida de R$
1,30 bilhão- e os DI -saída de
R$ 1,36 bilhão- foram os que
mais perderam recursos no mês.
Os fundos multimercados carregam tanto títulos de renda fixa
quanto de variável e representam
riscos maiores para os investidores. Segundo a Anbid, as perdas
dos multimercados foram influenciadas por saques em três
grandes fundos exclusivos.
Em julho, as aplicações nos fundos de ações foram R$ 491 milhões superiores aos resgates,
com importante influência do
lançamento do PIBB (fundo criado pelo BNDES).
Juros em alta
O valor elevado do petróleo no
mercado externo trouxe pressão
às projeções futuras de juros. Se o
aumento do produto for repassado aos preços locais, pode haver
pressão inflacionária. A taxa do
contrato DI com vencimento em
360 dias subiu de 17,54% para
17,83% ao ano na BM&F.
O convite da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado para
que os presidentes do BC, Henrique Meirelles, e do Banco do Brasil, Cássio Casseb, prestem esclarecimentos sobre as denúncias de
sonegação fiscal e evasão de divisas não trouxe turbulência ao
mercado. O dólar ficou estável. A
Bolsa recuou 0,87%.
(FABRICIO VIEIRA)
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