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Com crise da Varig, TAM lucra 623% mais
Com demanda em alta, empresa avança nos mercados doméstico e internacional e ganha R$ 208 milhões no primeiro semestre
Quantidade de passageiros transportados cresce 39,4% no segundo trimestre; receita com mercado internacional aumenta 53%
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um ano de demanda em
alta e encolhimento da Varig, a
TAM, que no segundo trimestre de 2005 teve prejuízo de R$
24,6 milhões, informou ontem
que registou lucro de R$ 97 milhões para o período em 2006.
No semestre, a aérea teve um
resultado positivo de R$ 208,3
milhões, alta de 622,6% ante os
primeiros seis meses de 2005.
A receita da companhia aérea
com os vôos domésticos, tanto
de passageiros quanto de cargas, totalizou R$ 1,3 bilhão,
crescimento de 29,3% no segundo trimestre ante mesmo
período do ano passado.
A quantidade de passageiros
pagantes transportados pela
companhia a cada quilômetro
voado cresceu 39,4% no segundo trimestre ante mesmo período de 2005, e aumentou de
10,6 horas para 12 horas a utilização diária de seus aviões.
De uma participação de mercado nos vôos domésticos de
43,5% em 2005, a TAM saltou
para 47,6% em junho deste ano,
segundo o último dado da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil), que regula o setor.
Essa alta pode ser atribuída,
diz a empresa, principalmente
ao crescimento observado na
demanda (22%, no mercado
doméstico, de janeiro para cá).
Já a receita da TAM nos vôos
internacional (em que sua participação aumentou de 18,9%
em 2005 para 37,9% em junho)
teve um crescimento de 53%
no segundo trimestre.
Ocupação
O crescimento no número de
passageiros, aliado à queda de
participação da Varig e à oferta
insuficiente para uma demanda crescente, elevou a taxa de
ocupação da TAM a 74,9% no
segundo trimestre, alta de 8,4
pontos percentuais ante o mesmo período do ano passado.
Além da demanda em alta, o
aumento da participação da
TAM e de outras companhias
no mercado doméstico e internacional está relacionado com
o encolhimento da Varig: a
companhia, que tinha 20% do
mercado em janeiro, caiu para
4,6%. Em agosto, a estimativa é
que o seu "market share" caia
para 2,8%. A Varig também deixou de operar no segundo trimestre vários destinos internacionais por conta de sua crise.
A Gol também informou um
bom resultado para o seu segundo trimestre deste ano: o
lucro da companhia foi de R$
98,1 milhões no período.
Em entrevista para divulgação dos resultados, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, refutou a possibilidade
de constituição de um duopólio
no Brasil, com alta de preços ou
piora de serviços aos passageiros. Juntas, TAM e Gol possuem hoje quase 90% do mercado doméstico, de acordo com
estimativas de consultores.
"O transporte aéreo vem
crescendo, e os preços, caindo,
apesar da alta do preço do petróleo", afirmou o executivo.
De acordo com ele, as companhias têm necessidade de ter
escala para conseguir negociar
com os fabricantes de avião.
"O primeiro mercado de
aviação no Brasil é formado por
seis empresas aéreas: TAM,
Gol, Varig, OceanAir, Web Jet e
BRA. Há ainda 12 empresas regionais. O mercado é pulverizado", afirmou o executivo.
O bom momento do setor fez
a companhia, hoje com 10.400
funcionários, aumentar o ritmo
de contratações. Segundo Bologna, 1.500 funcionários foram contratados desde janeiro,
e a aérea planeja contratar outros 800 a 900 até dezembro.
O executivo falou ainda dos
planos da companhia para a expansão dos vôos internacionais. A TAM, segundo ele, quer
aumentar freqüências para
mercados que já opera, como
Nova York e Miami, e está interessada também em destinos
como Miami e Caracas, que a
Varig deixou de operar.
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