São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Com crise da Varig, TAM lucra 623% mais

Com demanda em alta, empresa avança nos mercados doméstico e internacional e ganha R$ 208 milhões no primeiro semestre

Quantidade de passageiros transportados cresce 39,4% no segundo trimestre; receita com mercado internacional aumenta 53%


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em um ano de demanda em alta e encolhimento da Varig, a TAM, que no segundo trimestre de 2005 teve prejuízo de R$ 24,6 milhões, informou ontem que registou lucro de R$ 97 milhões para o período em 2006. No semestre, a aérea teve um resultado positivo de R$ 208,3 milhões, alta de 622,6% ante os primeiros seis meses de 2005.
A receita da companhia aérea com os vôos domésticos, tanto de passageiros quanto de cargas, totalizou R$ 1,3 bilhão, crescimento de 29,3% no segundo trimestre ante mesmo período do ano passado.
A quantidade de passageiros pagantes transportados pela companhia a cada quilômetro voado cresceu 39,4% no segundo trimestre ante mesmo período de 2005, e aumentou de 10,6 horas para 12 horas a utilização diária de seus aviões.
De uma participação de mercado nos vôos domésticos de 43,5% em 2005, a TAM saltou para 47,6% em junho deste ano, segundo o último dado da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que regula o setor.
Essa alta pode ser atribuída, diz a empresa, principalmente ao crescimento observado na demanda (22%, no mercado doméstico, de janeiro para cá).
Já a receita da TAM nos vôos internacional (em que sua participação aumentou de 18,9% em 2005 para 37,9% em junho) teve um crescimento de 53% no segundo trimestre.

Ocupação
O crescimento no número de passageiros, aliado à queda de participação da Varig e à oferta insuficiente para uma demanda crescente, elevou a taxa de ocupação da TAM a 74,9% no segundo trimestre, alta de 8,4 pontos percentuais ante o mesmo período do ano passado.
Além da demanda em alta, o aumento da participação da TAM e de outras companhias no mercado doméstico e internacional está relacionado com o encolhimento da Varig: a companhia, que tinha 20% do mercado em janeiro, caiu para 4,6%. Em agosto, a estimativa é que o seu "market share" caia para 2,8%. A Varig também deixou de operar no segundo trimestre vários destinos internacionais por conta de sua crise.
A Gol também informou um bom resultado para o seu segundo trimestre deste ano: o lucro da companhia foi de R$ 98,1 milhões no período.
Em entrevista para divulgação dos resultados, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, refutou a possibilidade de constituição de um duopólio no Brasil, com alta de preços ou piora de serviços aos passageiros. Juntas, TAM e Gol possuem hoje quase 90% do mercado doméstico, de acordo com estimativas de consultores.
"O transporte aéreo vem crescendo, e os preços, caindo, apesar da alta do preço do petróleo", afirmou o executivo. De acordo com ele, as companhias têm necessidade de ter escala para conseguir negociar com os fabricantes de avião.
"O primeiro mercado de aviação no Brasil é formado por seis empresas aéreas: TAM, Gol, Varig, OceanAir, Web Jet e BRA. Há ainda 12 empresas regionais. O mercado é pulverizado", afirmou o executivo.
O bom momento do setor fez a companhia, hoje com 10.400 funcionários, aumentar o ritmo de contratações. Segundo Bologna, 1.500 funcionários foram contratados desde janeiro, e a aérea planeja contratar outros 800 a 900 até dezembro.
O executivo falou ainda dos planos da companhia para a expansão dos vôos internacionais. A TAM, segundo ele, quer aumentar freqüências para mercados que já opera, como Nova York e Miami, e está interessada também em destinos como Miami e Caracas, que a Varig deixou de operar.


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