|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AÉREAS
Impasse entre Desenvolvimento, Receita Federal e empresas travou socorro
"Proar" havia sido adiado várias vezes
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O anúncio do pacote de ajuda às empresas aéreas ("Proar"), feito ontem, chegou a ser programado pelo governo em vários momentos, mas impasses entre o Ministério do Desenvolvimento, a Receita Federal e as próprias empresas aéreas acabaram retardando o fechamento do acordo.
Até os atentados de 11 de setembro de 2001, eram pequenas as
chances das companhias aéreas
conseguirem qualquer ajuda do
governo, o que elas pleiteavam
antes dos atentados porque já tinham problemas financeiros.
O pacote anunciado ontem teve
sete medidas. Nas reivindicações
iniciais das empresas constavam
14. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento,
Benjamin Sicsú, disse que houve
mais de cem sugestões vindas de
todos os setores envolvidos.
Sicsú atribuiu a demora ao fato
do "processo democrático ser
mesmo lento" e também ao tamanho reduzido da equipe que cuidou do assunto. "Houve várias
outras crises neste meio tempo e
tivemos de nos revezar", disse.
Entre o início da discussão e o
anúncio do pacote, a crise das empresas se agravou. Já em dezembro do ano passado a Transbrasil
parou de voar. Ela tinha R$ 1 bilhão em dívidas. Mais de 2.000
funcionários foram demitidos.
Desde as primeiras reuniões, o
governo encomendou dois estudos para avaliar a situação econômico-financeira do setor. Um foi
feito pelo próprio ministério, o
outro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O diagnóstico foi que as companhias estavam insolventes.
Ontem, o ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento) enfatizou
a importância das medidas, especialmente para a Varig. Esta é
uma crise que preocupa muito o
governo. A empresa tem 38% do
mercado nacional e 40% das rotas
internacionais no Brasil.
Nas discussões internas, o governo chegou a conclusão que seria estratégico para o pais ajudar a
reestruturar a Varig. Em alguns
lugares ela é a única empresa a
operar. Uma eventual quebra da
empresa poderia acarretar uma
redução muito grande no número
de rotas e consequentemente um
aumento nas tarifas.
Em julho deste ano, Amaral
chegou a dizer que faria o anúncio
naquele mês, mas não houve
acordo com a Receita. Nas negociações, o governo condicionava a
ajuda financeira a uma reestruturação do setor, o que poderia incluir fusão de empresas.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Ações da Varig sobem 13,28% com o pacote Índice
|