São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BB confirma interesse por banco acusado de corrupção

Banco do Brasil, o maior do país, quer adquirir o BRB, do Distrito Federal

Aquisição seria forma de reagir a avanço das instituições privadas, que estão comprando bancos pequenos e médios

FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco do Brasil confirmou ontem que analisa a possibilidade de adquirir o controle do BRB (Banco de Brasília). Em comunicado ao mercado, o BB informou que o governo do Distrito Federal se manifestou favoravelmente ao início dos estudos para a operação. Recentemente, o BRB foi envolvido em algumas das principais denúncias de corrupção com autoridades brasilienses.
O breve aviso aos investidores diz apenas que os estudos serão feitos conforme as regras existentes e que fatos adicionais serão informados conforme a evolução das negociações.
Para ser concretizada, a operação precisa passar por quatro etapas: 1) concordância das partes; 2) definição do modelo da operação; 3) avaliação do preço de mercado do BRB; 4) fusão operacional. Dessas fases, apenas a primeira foi concluída, e membros da direção do BB avaliam que a operação só será fechada em 2008.
A Folha apurou que o BB aposta na aquisição do BRB e a incorporação do Besc (Banco de Santa Catarina) como forma de reagir à concorrência privada, que cresceu nos últimos anos com a compra de instituições de pequeno e médio porte. A intenção é mostrar que o BB é uma "alternativa" de sobrevivência para bancos públicos.
A operação pode ser abortada se a análise dos números do BRB mostrar problemas financeiros, principalmente aqueles gerados supostamente por corrupção no governo do DF.
Nos últimos anos, o BRB esteve envolvido em diversas denúncias de corrupção. O ex-senador Joaquim Roriz (PMDB) renunciou ao mandato após a divulgação de conversas em que negocia a divisão de R$ 2,2 milhões com o então presidente do BRB, Tarcísio de Moura. Procurados,o BRB e o governo do DF não retornaram.
Para o professor Alberto Borges Mathias, da USP, apesar de BRB e Besc serem pequenos, ele diz que as aquisições são estratégicas porque reforçam a liderança do banco federal e impedem o crescimento nessas duas regiões (DF e SC) da concorrência privada.
Estudo do Inepad indica que o impacto da incorporação das duas instituições no balanço do BB seria pequeno. Os ativos totais, por exemplo, cresceriam apenas 1,41%, e o patrimônio líquido, 1,59%.


Texto Anterior: Venda de carro bate recorde em agosto
Próximo Texto: Itaú e Bradesco lideram ranking de bancos na AL
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.