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BB confirma interesse por banco acusado de corrupção
Banco do Brasil, o maior do país, quer adquirir o BRB, do Distrito Federal
Aquisição seria forma de reagir a avanço das instituições privadas,
que estão comprando bancos pequenos e médios
FERNANDO NAKAGAWA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil confirmou
ontem que analisa a possibilidade de adquirir o controle do
BRB (Banco de Brasília). Em
comunicado ao mercado, o BB
informou que o governo do Distrito Federal se manifestou favoravelmente ao início dos estudos para a operação. Recentemente, o BRB foi envolvido
em algumas das principais denúncias de corrupção com autoridades brasilienses.
O breve aviso aos investidores diz apenas que os estudos
serão feitos conforme as regras
existentes e que fatos adicionais serão informados conforme a evolução das negociações.
Para ser concretizada, a operação precisa passar por quatro
etapas: 1) concordância das
partes; 2) definição do modelo
da operação; 3) avaliação do
preço de mercado do BRB; 4)
fusão operacional. Dessas fases, apenas a primeira foi concluída, e membros da direção
do BB avaliam que a operação
só será fechada em 2008.
A Folha apurou que o BB
aposta na aquisição do BRB e a
incorporação do Besc (Banco
de Santa Catarina) como forma
de reagir à concorrência privada, que cresceu nos últimos
anos com a compra de instituições de pequeno e médio porte.
A intenção é mostrar que o BB
é uma "alternativa" de sobrevivência para bancos públicos.
A operação pode ser abortada se a análise dos números do
BRB mostrar problemas financeiros, principalmente aqueles
gerados supostamente por corrupção no governo do DF.
Nos últimos anos, o BRB esteve envolvido em diversas denúncias de corrupção. O ex-senador Joaquim Roriz (PMDB)
renunciou ao mandato após a
divulgação de conversas em
que negocia a divisão de R$ 2,2
milhões com o então presidente do BRB, Tarcísio de Moura.
Procurados,o BRB e o governo
do DF não retornaram.
Para o professor Alberto
Borges Mathias, da USP, apesar de BRB e Besc serem pequenos, ele diz que as aquisições são estratégicas porque
reforçam a liderança do banco
federal e impedem o crescimento nessas duas regiões (DF
e SC) da concorrência privada.
Estudo do Inepad indica que
o impacto da incorporação das
duas instituições no balanço do
BB seria pequeno. Os ativos totais, por exemplo, cresceriam
apenas 1,41%, e o patrimônio líquido, 1,59%.
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