São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2008

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BNDES eleva desembolso à infra-estrutura

Em 12 meses, aumento é de 30%, atingindo R$ 79 bilhões; pedidos de empréstimo de janeiro a julho crescem 46%

Desembolso só para a infra-estrutura, estimulado pela expansão econômica e PAC, cresce 68% em 12 meses, atingindo R$ 17,2 bi

Leo Caldas/Titular/Folha Imagem
Pátio de carregamento com chapas de aço no estaleiro Atlântico Sul, no complexo do porto de Suape, no litoral de Pernambuco

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Impulsionado pelos financiamentos para infra-estrutura com as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) somaram R$ 45,5 bilhões de janeiro a julho. O resultado significa uma alta de 46% em relação a igual período do ano passado.
Os desembolsos do banco nos últimos 12 meses mostram um ritmo ainda mais acelerado. Os empréstimos somaram R$ 79,1 bilhões, um aumento de 30% em relação aos 12 meses anteriores.
O montante representa praticamente o teto do orçamento inicial do BNDES para este ano, de R$ 80 bilhões. O presidente do banco, Luciano Coutinho, já havia afirmado antes que existiam indícios de que a demanda poderia ultrapassar o limite.
O BNDES receberá mais R$ 15 bilhões para reforçar o caixa neste ano. No início do ano, o Tesouro Nacional já havia transferido R$ 12,5 bilhões em recursos parados no caixa da União para o banco de fomento. Além disso, o banco deverá receber R$ 6 bilhões em títulos que estão na carteira do FGTS.
O aumento da demanda por empréstimos do banco está diretamente relacionado ao perfil de expansão da economia, com base no crescimento dos investimentos. Os resultados divulgados ontem, no entanto, mostram uma mudança em relação aos meses anteriores.
O ritmo de expansão das aprovações de empréstimos ficou em 16% nos últimos 12 meses. Já a expansão dos desembolsos foi de 30%. Anteriormente, as aprovações cresciam em ritmo mais acelerado do que os desembolsos, o que sinalizava uma expansão ainda maior do volume de empréstimos nos meses seguintes.
Segundo Ana Claudia Além, assessora da presidência do banco, a mudança é favorável. "Mostra que os pedidos de financiamento são sustentáveis. Não é um sinal de desaceleração do crescimento. Como são grandes projetos de infra-estrutura, também não podemos passar cinco anos com pedidos de financiamento muito maiores", disse.
O banco é o principal financiador das obras do PAC e ainda deve financiar projetos de grande porte, como as usinas hidrelétricas de Jirau e de Belo Monte. Até o início do mês, a carteira de projetos do PAC era da ordem de R$ 34 bilhões.
De janeiro a julho, os desembolsos para a indústria somaram R$ 18,5 bilhões, uma expansão de 26%. A área de infra-estrutura registrou alta de 68%, com um total de R$ 17,2 bilhões. Nos últimos 12 meses, a indústria teve queda de 1% nas liberações de empréstimos, com um total de R$ 30,218 bilhões. Segundo Além, os resultados nessa base de comparação foram afetados pela queda nos empréstimos para exportações. Nos 12 meses encerrados em julho, a infra-estrutura teve alta de 74%, com um total financiado de R$ 32,609 bilhões.
A maior pressão sobre os recursos do banco é resultado também do apoio a grandes operações, como a compra da Brasil Telecom pela Oi.


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