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Minas cobra novo marco sobre exploração de minérios e gás
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Na esteira das discussões sobre os royalties do pré-sal, o governo de Minas Gerais quer
que o Congresso regulamente
em novas bases a cobrança pela
exploração mineral e crie um
marco regulatório incluindo
definições de royalties para gás
e para a água usada para produzir energia elétrica.
Nota oficial da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico
de Minas defende publicamente a instituição de um novo
marco regulatório para compensação financeira dos recursos minerais e energéticos e de
um novo código mineral.
Minas e o Pará são os maiores produtores de minério de
ferro do Brasil. A geografia
montanhosa de Minas também
propicia o aproveitamento das
águas por hidrelétricas.
Nos próximos dias terão início as perfurações dos 49 poços
para exploração de gás na parte
mineira da bacia do rio São
Francisco.
"É necessário que todos os
Estados e municípios impactados pela exploração de petróleo, gás, recursos hídricos e minerais sejam recompensados
pelos seus recursos para que
possam atender demandas
atuais e futuras de suas populações", diz a nota oficial do governo de Minas.
Minas sempre reclamou do
valor do royalty do minério: 2%
sobre o resultado líquido da exploração, enquanto o do petróleo é 5% da apuração bruta,
além de o óleo não ter grande
impacto ao ambiente como tem
o extrativismo mineral.
"É uma distorção absolutamente injustificável. Esse é o
momento de criamos um mínimo de isonomia", disse o governador Aécio Neves (PSDB), que
já conversou com a bancada de
Minas, a segunda maior na Câmara, definindo ações.
Subsecretário de Desenvolvimento Minerometalúrgico e
Política Energética, Paulo Sérgio Ribeiro, designado por Aécio para cuidar do assunto em
Brasília, disse à Folha que a
questão não se resume a valores. Disse que, como no pré-sal,
a proposta mineira é "generosa" porque prevê dividir com
outros Estados os royalties.
Segundo ele, o importante é
o país discutir se os montantes
definidos estão sendo suficientes para que Estados e municípios possam recuperar suas
áreas degradadas, motivo principal das compensações financeiras criadas em leis.
Obsoleto
A atualização dos royalties
dos minerais já é tratada em
um novo código mineral pelo
Ministério de Minas e Energia,
que considera o atual "obsoleto" após 40 anos de vigência,
segundo o ministro Edison Lobão. Sobre os royalties da água,
o ministério informou que já há
pagamento por parte das hidrelétricas pela área alagada para
geração de energia.
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