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CRISE NO AR
Empresa aérea diz que acredita em prorrogação
Licença para Vasp voar segue sem renovação a seis dias de vencer
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seis dias da data de vencimento para a assinatura do contrato
de concessão que permite à Vasp
continuar voando, o governo ainda não prorrogou o prazo para a
companhia aérea, o que havia sido prometido no mês passado.
Um decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
pelo ministro José Viegas (Defesa) foi publicado na quinta-feira
da semana passada no "Diário
Oficial" da União prorrogando o
prazo da assinatura do contrato
apenas para a companhia Varig
-para 10 de abril de 2005.
A ampliação do prazo é necessária às duas empresas aéreas
porque, para assinar esse contrato, ambas têm que comprovar ao
Ministério da Defesa que estão
em dia com suas obrigações fiscais, tributárias e previdenciárias
- nem Varig nem Vasp cumprem atualmente esses pré-requisitos. Como a prorrogação não foi
feita no caso da companhia Vasp,
a data-limite para a empresa assinar o contrato é no próximo dia
10 deste mês.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, a
ampliação ou não do prazo para a
Vasp é uma questão que não foi
decidida ainda. O temor entre alguns funcionários da empresa é
que o governo decida deixar a
Vasp à sua própria sorte, já que
até agora a prorrogação foi aprovada apenas para a Varig.
A data-limite para a assinatura
do contrato era a mesma para
ambas. O governo federal já
anunciou sua intenção de ajudar a
Varig, que tem uma dívida de R$
6 bilhões e a segunda maior participação de mercado.
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da Vasp afirmou que a concessão será renovada "da mesma maneira como foi
renovada a concessão da Varig".
Demissões
Ontem, uma lista com os nomes
de 100 comissários e de 120 pilotos
a serem demitidos, que teria sido
assinada pela diretoria da empresa, tumultuou a Vasp. Os rumores
de demissão fizeram com que, na
tarde de ontem, representantes
do Sindicato Nacional dos Aeronautas tivessem reunião com dirigentes da companhia.
Segundo Marlene Ruza, diretora do Sindicato Nacional dos Aeronautas, na semana passada pilotos e comissários acertaram
com a empresa que não haveria
demissões por 90 dias após a paralisação dos funcionários.
"Isso [a lista] caiu em domínio
público e criou um clima de insegurança. Queremos saber se haverá ou não cumprimento de
acordo", diz Ruza. Segundo ela, o
sindicato tem uma reunião marcada para a tarde de hoje na DRT
(Delegacia Regional do Trabalho). Uma assembléia que havia
sido marcada para o dia 7 de outubro, afirma a sindicalista, pode
ser antecipada para amanhã.
Segundo o presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Uébio José da Silva, pelo menos 15 funcionários que trabalham em terra foram demitidos
ontem. "Amanhã [hoje] temos
reunião marcada com a direção
da empresa para debater as demissões e saber se vão respeitar as
convenções trabalhistas."
Na avaliação de Silva, a greve organizada pelos aeronautas na semana passada prejudicou os próprios funcionários. A Vasp nega
que haverá demissões em massa.
Frota reduzida
A Vasp, que opera hoje com 15
das 26 aeronaves que usa para
transportar passageiros, afirma
que está reestruturando sua malha para adequá-la à sua frota.
Dos 19 Boeing-737/200, um modelo que começou a ser fabricado
em 1961, apenas 11 estão voando
-seis deles foram suspensos pelo
DAC (Departamento de Aviação
Civil) na semana retrasada porque a companhia aérea não realizou a manutenção determinada
pela fabricante.
Em dezembro do ano passado, a
Vasp tinha uma dívida que somava R$ 2,678 bilhões: R$ 550 milhões de curto prazo e R$ 2,128 bilhões de longo prazo.
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