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BB avança para incorporar bancos
Governo catarinense formaliza hoje transferência do Besc; o do Piauí diz que assina contrato até o final do mês
Instituições privadas como
o Bradesco pressionam por concorrência aberta a todos os interessados; Banco de Brasília também é alvo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil avançou
no processo de incorporação de
dois bancos estaduais -o de
Santa Catarina e o do Piauí- na
tentativa de ganhar mais força
na competição com as grandes
instituições privadas.
Ontem o governador do
Piauí, Wellington Dias (PT),
disse que não considera a hipótese de levar adiante um processo de privatização, com concorrência aberta a todos os interessados, do banco do Estado.
Dias afirmou que o contrato para a incorporação do BEP (Banco do Estado do Piauí) pelo
Banco do Brasil deverá ser assinado até o final do mês.
"O Estado já fez sua opção",
afirmou Dias, após reunião, em
Brasília, com o presidente do
BB, Antônio Lima Neto. Segundo ele, o BB é a instituição que
atende da melhor maneira as
necessidades do Estado pelo
número de agências que possui.
Ainda não foi decidido o preço a ser pago pelo BB para assumir as operações do BEP, mas o
governador ressaltou que, ainda que bancos privados se mostrassem dispostos a pagar mais,
a opção pelo BB seria mantida.
No caso do banco catarinense, está prevista para hoje, em
Florianópolis, a assinatura de
contrato, com a presença do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, para a incorporação do
Besc (Banco do Estado de Santa
Catarina) pelo BB.
Na última terça-feira, o presidente do Bradesco, Márcio
Cypriano, criticou transações
como a que envolvem o BEP, o
Besc e o Banco de Brasília. Segundo ele, os bancos estaduais
deveriam ser leiloados publicamente, para que bancos privados pudessem participar.
Os bancos do Piauí e de Santa
Catarina estão sob controle da
União desde o governo FHC,
que assumiu a gestão das instituições financeiras como parte
da renegociação das dívidas dos
respectivos Estados. O acordo
previa que os bancos seriam
privatizados e, o dinheiro obtido, usado no abatimento dessas
dívidas. Esse foi o destino dado,
por exemplo, ao Banespa e ao
Banerj, entre outros bancos estaduais federalizados. O modelo de "desestatização" sempre
previa a realização de leilões
públicos. Já a federalização seguia as regras do Proes (programa de socorro aos bancos estaduais), em que a União adquire
o controle de uma instituição
para privatizá-la ou extingui-la.
Ontem, Dias afirmou que a
assessoria jurídica do Estado
do Piauí garante que a incorporação do BEP pelo BB não contradiz as cláusulas do contrato
de renegociação da dívida, bastando uma resolução a ser
aprovada pelo Senado para que
o negócio seja autorizado.
O BEP e o Besc são os únicos
bancos estaduais ainda sob
controle federal. Hoje o presidente do BB deve se reunir com
representantes do governo catarinense para assinar o contrato que vai formalizar a incorporação do Besc. Antes que essa transação seja finalizada, porém, ainda será necessária a
contratação de empresas de
consultoria independentes para avaliar o valor do Besc. A expectativa do BB é que esse processo se encerre em um ano.
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