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TELES
Envolto em disputas judiciais acerca de perdas financeiras, grupo do empresário Daniel Dantas nega irregularidades
Opportunity rebate acusação de investidor
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O objetivo do grupo Globalvest,
do megainvestidor norte-americano Peter Gruber, ao entrar com
processos contra o Citibank em
Nova York e contra o Opportunity nas Ilhas Cayman é o de desviar a atenção da ação judicial
movida contra ele pelo banco de
Daniel Dantas no Brasil.
A afirmação foi feita ontem à
Folha por um membro da diretoria do Opportunity, que preferiu
não se identificar. Ele refutou todas as acusações feitas por Gruber
na ação que o investidor move
contra o grupo nas Ilhas Cayman.
Sobre a ação contra o Citibank, o
Opportunity preferiu não fazer
comentários.
Conforme a Folha noticiou no
sábado passado, a Globalvest entrou com uma ação contra o Citibank no dia 14 na Suprema Corte
de Nova York alegando perdas
em investimentos que tem em sociedade com o Opportunity. A
Globalvest também entrou com
um processo nas Ilhas Cayman
contra o Opportunity. Gruber pede indenização de US$ 300 milhões ao Citibank e ao Opportunity. A Globalvest é sócia do banco de Daniel Dantas nas empresas
de telefonia móvel Telemig (25%)
e Tele Norte (13%).
No texto da ação, Gruber argumenta que foi procurado por uma
emissária de Daniel Dantas, de
nome Roberta Fischer, com uma
proposta de compra das suas
ações nas empresas de telefonia
celular, e em troca o Opportunity
retiraria os processos que move
na Justiça contra ele. Segundo
Gruber, Dantas teria criado a disputa judicial para desvalorizar
seus papéis e assim comprá-los
por um valor abaixo do preço de
mercado.
O Opportunity nega totalmente
essa versão. O Opportunity confirma que a executiva Roberta Fischer manteve alguns encontros
com Gruber em nome do banco,
mas a proposta feita por ela foi
outra.
De acordo com a versão do diretor do Opportunity, o que Fischer
propôs a Gruber foi a criação de
uma comissão de arbitragem em
Nova York para dar um veredicto
sobre a disputa judicial. Gruber
indicaria um árbitro, o Opportunity outro e os dois árbitros indicariam um terceiro. A decisão que
a comissão tomasse seria respeitada pelos dois e o Opportunity
suspenderia a ação que move
contra a Globalvest. Segundo a
fonte do Opportunity, Gruber
não aceitou a proposta.
O Opportunity entrou com a
ação de perdas e danos contra a
Globalvest em abril deste ano na
13ª Vara Federal do Rio de Janeiro
sob a alegação de que vários atos
ilegais praticados por Gruber
acarretaram prejuízos nas empresas de telefonia celular Telemig e
Tele Norte. No texto do processo,
o Opportunity atribui um valor
simbólico para a ação de R$ 100
mil para fins fiscais.
De acordo com o Opportunity,
a entrada da Globalvest nas empresas de telefonia móvel já foi feita de forma ilícita. Segundo essa
versão, os fundos de Peter Gruber
começaram a comprar ações da
Telemig e da Tele Norte sem informar ao mercado. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
chegou a punir a operação.
Além de ter adquirido ilegalmente as ações das empresas de
telefonia móvel, ainda segundo o
Opportunity, a Globalvest teria
assinado um acordo de gaveta
(não arquivado nas sedes das
companhias) com outros sócios,
os fundos de pensão e a TIW, para
prejudicar o Opportunity. Seria,
de acordo com o diretor do banco
de Dantas, um complô para destituir o Opportunity do controle.
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