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EMPREGO
Iniciativa visa impedir fechamento de fábrica no país
Operários da GM na Alemanha concordam em aumentar jornada
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores da General
Motors na Alemanha aceitaram
flexibilizar a sua carga de trabalho
para tentar manter os empregos.
No mês passado, a empresa declarou que só manteria uma das
duas fábricas existentes na Europa para a fabricação do modelo
Episilon. O anúncio despertou
uma concorrência entre a unidade da GM na Alemanha e a da
Suécia, que também produz o
mesmo modelo.
Na tentativa de assegurar a manutenção na fábrica, os operários
alemães mostraram-se dispostos
elevar o número de horas trabalhadas na semana. "Nossa recomendação é [uma jornada] de 30
a 40 horas por semana, com uma
média de salário de 35 horas", disse Klaus Franz, um representante
dos empregados.
Apesar da iniciativa, os empregos dos operários alemães da GM
continuam ameaçados. Segundo
a companhia, há planos de eliminar 12 mil postos de trabalho na
Europa nos próximos dois anos.
A maioria desses cortes deve
ocorrer na Alemanha.
O cenário de dificuldades no
mercado de trabalho alemão, sobretudo no setor industrial, tem
feito empregados de outras empresas alemãs participarem da
onda de incremento na jornada
de trabalho, ainda que isso não
signifique aumento de salários.
Com custos mais baixos e com
grande disposição para atrair investimentos produtivos, países do
Leste Europeu exercem uma forte
pressão nos postos de trabalhadores alemães. Hungria e República
Tcheca são alvos potenciais para a
instalação de indústrias alemãs.
Em julho deste ano, a Siemens
convenceu os empregados a trabalhar 40 horas por semana em
vez das habituais 35 horas, sem
pagamento extra, em troca da
promessa de não tirar a produção
da Alemanha. A jornada semanal
de 35 horas não é uma lei federal,
mas um acordo com sindicatos.
A montadora DaimlerChrysler,
também neste ano, endureceu as
negociações com os trabalhadores alemães e ameaçou cortar
6.000 empregos, caso os operários
da unidade de Sindelfingen não
aceitassem reduzir os ganhos com
benefícios e salários em 500 milhões por ano.
Na queda-de-braço com seus
empregados, a Volkswagen afirmou a intenção de congelar por
dois anos os salários de todos os
seus funcionários na Alemanha,
país sede da empresa.
Sem feriado
Além de enfrentar o revés de um
número menor de empregos, os
trabalhadores alemães também
devem ficar sem o feriado do dia 3
de outubro, data de celebração da
reunificação da Alemanha.
O ministro das Finanças, Hans
Eichel, anunciou um plano para
cobrir um rombo de 8 bilhões
no orçamento federal. O pacote
inclui a troca da data atual do feriado para o primeiro domingo
de outubro. Com o dia de trabalho adicional no ano, os economistas esperam que o PIB (Produto Interno Bruto) do país tenha
um incremento de 0,1%.
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