São Paulo, sexta-feira, 05 de novembro de 2004

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EMPREGO

Iniciativa visa impedir fechamento de fábrica no país

Operários da GM na Alemanha concordam em aumentar jornada

DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores da General Motors na Alemanha aceitaram flexibilizar a sua carga de trabalho para tentar manter os empregos.
No mês passado, a empresa declarou que só manteria uma das duas fábricas existentes na Europa para a fabricação do modelo Episilon. O anúncio despertou uma concorrência entre a unidade da GM na Alemanha e a da Suécia, que também produz o mesmo modelo.
Na tentativa de assegurar a manutenção na fábrica, os operários alemães mostraram-se dispostos elevar o número de horas trabalhadas na semana. "Nossa recomendação é [uma jornada] de 30 a 40 horas por semana, com uma média de salário de 35 horas", disse Klaus Franz, um representante dos empregados.
Apesar da iniciativa, os empregos dos operários alemães da GM continuam ameaçados. Segundo a companhia, há planos de eliminar 12 mil postos de trabalho na Europa nos próximos dois anos. A maioria desses cortes deve ocorrer na Alemanha.
O cenário de dificuldades no mercado de trabalho alemão, sobretudo no setor industrial, tem feito empregados de outras empresas alemãs participarem da onda de incremento na jornada de trabalho, ainda que isso não signifique aumento de salários.
Com custos mais baixos e com grande disposição para atrair investimentos produtivos, países do Leste Europeu exercem uma forte pressão nos postos de trabalhadores alemães. Hungria e República Tcheca são alvos potenciais para a instalação de indústrias alemãs.
Em julho deste ano, a Siemens convenceu os empregados a trabalhar 40 horas por semana em vez das habituais 35 horas, sem pagamento extra, em troca da promessa de não tirar a produção da Alemanha. A jornada semanal de 35 horas não é uma lei federal, mas um acordo com sindicatos.
A montadora DaimlerChrysler, também neste ano, endureceu as negociações com os trabalhadores alemães e ameaçou cortar 6.000 empregos, caso os operários da unidade de Sindelfingen não aceitassem reduzir os ganhos com benefícios e salários em 500 milhões por ano.
Na queda-de-braço com seus empregados, a Volkswagen afirmou a intenção de congelar por dois anos os salários de todos os seus funcionários na Alemanha, país sede da empresa.

Sem feriado
Além de enfrentar o revés de um número menor de empregos, os trabalhadores alemães também devem ficar sem o feriado do dia 3 de outubro, data de celebração da reunificação da Alemanha.
O ministro das Finanças, Hans Eichel, anunciou um plano para cobrir um rombo de 8 bilhões no orçamento federal. O pacote inclui a troca da data atual do feriado para o primeiro domingo de outubro. Com o dia de trabalho adicional no ano, os economistas esperam que o PIB (Produto Interno Bruto) do país tenha um incremento de 0,1%.


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