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IPCA e fala de Bernanke são os destaques
da semana
Na quinta, presidente do Fed
fará discurso no Congresso
DA REPORTAGEM LOCAL
Faltando pouco menos de
dois meses para o encerramento do ano, os mercados internacionais terão uma semana decisiva para confirmar ou reverter
a tendência de otimismo, que
prevaleceu durante a maior
parte de 2007. Na quarta, sai o
IPCA, índice oficial da meta de
inflação brasileira. Quinta-feira terá o discurso do presidente
do Federal Reserve (BC dos
EUA), Ben Bernanke, no Congresso americano.
Investidores temem que novos desdobramentos da crise
imobiliária americana levem os
bancos a diminuírem a oferta
de crédito, principal financiador do consumo nos EUA. Indicadores que confirmem a tendência terão repercussão negativa nos mercados.
Após desempenho recorde
em outubro, os mercados iniciaram novembro com cautela.
Na quinta-feira passada, o Federal Reserve injetou US$ 42
bilhões no sistema financeiro, o
maior valor desse tipo de operação desde os atentados de 11
de setembro de 2001, o que gerou desconfiança -a Bolsa de
Nova York desabou 2,6% no índice Dow Jones; na sexta, recuperou apenas 0,2% das perdas.
No Brasil, os analistas querem saber se o crescimento interno da demanda, maior preocupação do Banco Central, já
aparece nos índices de preços, o
que levará a autoridade monetária a adiar para depois do primeiro trimestre de 2008 a retomada nos cortes dos juros.
Hoje, a Fipe divulga o IPC
(Índice de Preços ao Consumidor) de outubro. A expectativa
é que o índice mostre alta de
0,11% nos preços, após variação
de 0,24% em setembro.
Amanhã, o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) anuncia a produção industrial de setembro, prevista
para mostrar um forte crescimento de 7,1% em relação ao
mesmo período de 2006.
Os indicadores mais aguardados -o IGP-DI e o IPCA de
outubro- saem na quarta. A
previsão é que o IGP-DI, índice
com 60% de seu peso no atacado, desacelere para 0,7% após
registrar alta de 1,17% em setembro.
Para o IPCA, a expectativa é
que o índice fechado de outubro fique em 0,21%, o que levaria a 4,02% a taxa acumulada
no ano. Em setembro, a variação havia sido de 0,18%.
"A inflação deverá mostrar
um patamar confortável, podendo sinalizar pouca pressão
de demanda sobre o nível de
preços. Por outro lado, o indicador de atividade industrial
deverá manter o ritmo de forte
expansão", avalia a corretora
Coinvalores.
Na agenda externa, os Bancos Centrais Europeu e do Reino Unido se reúnem na quinta
para discutir suas respectivas
taxas de juros. A previsão é que
ambos mantenham as taxas básicas inalteradas.
Na quinta-feira, será a vez de
o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, dar seu recado sobre o desempenho da economia americana no Congresso dos Estados Unidos.
Caso Bernanke pareça mais
preocupado do que o habitual
com o aperto no crédito e no
consumo, poderá levar a mais
perdas nos mercados.
Qualquer discurso que seja
recebido como sinalizador de
fim da crise pode ser a senha
para novos recordes.
"Bernanke tem sido muito
sutil em suas palavras para conter a euforia do mercado. O discurso do Fed segue em uma
sintonia muito delicada", disse
Elson Teles, economista da
corretora Concórdia.
"As perspectivas para novembro são de manutenção da
valorização das Bolsas, do real e
elevação nos juros futuros. Será
um mês crítico para o amadurecimento das decisões relativas aos juros", disse José Francisco Gonçalves, do Fator.
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