São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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IPCA e fala de Bernanke são os destaques da semana

Na quinta, presidente do Fed fará discurso no Congresso

DA REPORTAGEM LOCAL

Faltando pouco menos de dois meses para o encerramento do ano, os mercados internacionais terão uma semana decisiva para confirmar ou reverter a tendência de otimismo, que prevaleceu durante a maior parte de 2007. Na quarta, sai o IPCA, índice oficial da meta de inflação brasileira. Quinta-feira terá o discurso do presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Ben Bernanke, no Congresso americano.
Investidores temem que novos desdobramentos da crise imobiliária americana levem os bancos a diminuírem a oferta de crédito, principal financiador do consumo nos EUA. Indicadores que confirmem a tendência terão repercussão negativa nos mercados.
Após desempenho recorde em outubro, os mercados iniciaram novembro com cautela. Na quinta-feira passada, o Federal Reserve injetou US$ 42 bilhões no sistema financeiro, o maior valor desse tipo de operação desde os atentados de 11 de setembro de 2001, o que gerou desconfiança -a Bolsa de Nova York desabou 2,6% no índice Dow Jones; na sexta, recuperou apenas 0,2% das perdas.
No Brasil, os analistas querem saber se o crescimento interno da demanda, maior preocupação do Banco Central, já aparece nos índices de preços, o que levará a autoridade monetária a adiar para depois do primeiro trimestre de 2008 a retomada nos cortes dos juros.
Hoje, a Fipe divulga o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de outubro. A expectativa é que o índice mostre alta de 0,11% nos preços, após variação de 0,24% em setembro.
Amanhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) anuncia a produção industrial de setembro, prevista para mostrar um forte crescimento de 7,1% em relação ao mesmo período de 2006.
Os indicadores mais aguardados -o IGP-DI e o IPCA de outubro- saem na quarta. A previsão é que o IGP-DI, índice com 60% de seu peso no atacado, desacelere para 0,7% após registrar alta de 1,17% em setembro.
Para o IPCA, a expectativa é que o índice fechado de outubro fique em 0,21%, o que levaria a 4,02% a taxa acumulada no ano. Em setembro, a variação havia sido de 0,18%.
"A inflação deverá mostrar um patamar confortável, podendo sinalizar pouca pressão de demanda sobre o nível de preços. Por outro lado, o indicador de atividade industrial deverá manter o ritmo de forte expansão", avalia a corretora Coinvalores.
Na agenda externa, os Bancos Centrais Europeu e do Reino Unido se reúnem na quinta para discutir suas respectivas taxas de juros. A previsão é que ambos mantenham as taxas básicas inalteradas.
Na quinta-feira, será a vez de o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, dar seu recado sobre o desempenho da economia americana no Congresso dos Estados Unidos.
Caso Bernanke pareça mais preocupado do que o habitual com o aperto no crédito e no consumo, poderá levar a mais perdas nos mercados.
Qualquer discurso que seja recebido como sinalizador de fim da crise pode ser a senha para novos recordes.
"Bernanke tem sido muito sutil em suas palavras para conter a euforia do mercado. O discurso do Fed segue em uma sintonia muito delicada", disse Elson Teles, economista da corretora Concórdia.
"As perspectivas para novembro são de manutenção da valorização das Bolsas, do real e elevação nos juros futuros. Será um mês crítico para o amadurecimento das decisões relativas aos juros", disse José Francisco Gonçalves, do Fator.


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