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Petrobras corta despesas e pede maior economia a funcionários
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Preocupado com a crise internacional, o presidente da
Petrobras, José Sérgio Gabrielli, emitiu ontem o primeiro sinal de alerta aos empregados:
por meio da TV corporativa,
pediu um esforço de todos para
conter custos "no curto prazo".
Afirmou que a crise é severa e
terá impacto na empresa.
Em seu discurso, Gabrielli sinalizou apenas para o corte de
despesas de custeio, ao dizer
que os investimentos estão
preservados. Não falou em metas de redução de gastos nem
em demissões.
Apesar de a estatal negar cortes de investimento, já existe
um consenso no setor de que
importantes projetos, especialmente em refinarias, serão
adiados. "Haverá uma seletividade de projetos. Os menos
rentáveis serão eliminados",
diz Álvaro Teixeira, secretário-executivo do IBP (Instituto
Brasileiro do Petróleo).
Diretor da Firjan e ex-presidente da Petrobras, Armando
Guedes avalia que a empresa
deve priorizar a produção: "É
muito mais lógico neste momento investir em exploração e
produção, que gera receita mais
rapidamente. O refino deve ficar para uma segunda etapa."
Os fornecedores compartilham da mesma opinião e já começam a mudar o escopo de
seus projetos. Segundo Marcelo Bueno, presidente da Schulz,
a empresa redimensionou o
projeto de construção de sua
terceira fábrica no país, a ser
instalada em Campos (RJ). Orçada em R$ 80 milhões, a unidade produziria tubos para refinarias, mas será convertida
para fabricar equipamentos para exploração e produção "off-
shore" de óleo e gás.
Projetos
Otimistas, dois diretores da
Petrobras negaram em entrevista à Folha a possibilidade de
adiar projetos. De acordo com
o diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa, as unidades de refino de
Ceará e Maranhão estão mantidas e darão conta das primeiras fases de produção dos megacampos de Tupi e Iara. Almir
Barbassa, diretor financeiro,
diz que muitos projetos estão
sob análise. Afirma, porém, que
não há ainda decisão de adiar
empreendimentos.
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