São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2008

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Petrobras corta despesas e pede maior economia a funcionários

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Preocupado com a crise internacional, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, emitiu ontem o primeiro sinal de alerta aos empregados: por meio da TV corporativa, pediu um esforço de todos para conter custos "no curto prazo". Afirmou que a crise é severa e terá impacto na empresa.
Em seu discurso, Gabrielli sinalizou apenas para o corte de despesas de custeio, ao dizer que os investimentos estão preservados. Não falou em metas de redução de gastos nem em demissões.
Apesar de a estatal negar cortes de investimento, já existe um consenso no setor de que importantes projetos, especialmente em refinarias, serão adiados. "Haverá uma seletividade de projetos. Os menos rentáveis serão eliminados", diz Álvaro Teixeira, secretário-executivo do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).
Diretor da Firjan e ex-presidente da Petrobras, Armando Guedes avalia que a empresa deve priorizar a produção: "É muito mais lógico neste momento investir em exploração e produção, que gera receita mais rapidamente. O refino deve ficar para uma segunda etapa."
Os fornecedores compartilham da mesma opinião e já começam a mudar o escopo de seus projetos. Segundo Marcelo Bueno, presidente da Schulz, a empresa redimensionou o projeto de construção de sua terceira fábrica no país, a ser instalada em Campos (RJ). Orçada em R$ 80 milhões, a unidade produziria tubos para refinarias, mas será convertida para fabricar equipamentos para exploração e produção "off- shore" de óleo e gás.

Projetos
Otimistas, dois diretores da Petrobras negaram em entrevista à Folha a possibilidade de adiar projetos. De acordo com o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, as unidades de refino de Ceará e Maranhão estão mantidas e darão conta das primeiras fases de produção dos megacampos de Tupi e Iara. Almir Barbassa, diretor financeiro, diz que muitos projetos estão sob análise. Afirma, porém, que não há ainda decisão de adiar empreendimentos.


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