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Justiça obriga a contratação de provedor
Juiz determina que teles deixem de dar acesso direto à internet em SP
Os paulistas que não contratarem provedor, ainda que gratuito, até sexta-feira, podem ficar sem acesso à internet
JULIO WIZIACK
DA REPORTAGEM LOCAL
Decisão da Justiça Federal
determinou ontem que todos
os assinantes de banda larga no
Estado de São Paulo voltem a
contratar provedores se o serviço de conexão hoje for oferecido por uma operadora de telefonia fixa. Caso não haja recurso até sexta-feira, os internautas que não aderirem a um
provedor, ainda que gratuito,
ficarão sem internet. A decisão
não vale para as companhias
que oferecem banda larga via
cabo ou MMDS, por exemplo,
como a NET e a TVA, mas afeta
os 2,5 milhões de assinantes do
Speedy, da Telefônica.
Esse imbróglio começou em
2002, quando o Ministério Público Federal de Bauru, no interior de São Paulo, entrou com
uma ação contra a Telefônica,
que detém 68% desse mercado
com o Speedy, e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sob a alegação de que a
venda do Speedy atrelada a um
provedor de acesso funcionava
como venda casada, algo considerado lesivo ao consumidor.
A Telefônica e a Abranet (associação dos provedores) recorriam desde então. Em 14 de
julho deste ano, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região
suspendeu a decisão da Justiça
de Bauru, fazendo valer o que
determina a LGT (Lei Geral de
Telecomunicações), que regulamenta o setor. Essa decisão
tem de ser cumprida até sexta-feira. Mas cabe recurso.
De acordo com a LGT, as teles devem vender a infra-estrutura de conexão à internet (o
Speedy, no caso da Telefônica),
mas o acesso propriamente dito é um serviço de valor adicionado prestado por outras empresas (provedores).
Isso foi definido para que as
teles não concentrassem os
serviços de acesso à internet no
país.
Segundo a Abranet, existem
cerca de 500 empresas provedoras em São Paulo, 150 delas
oferecem o ADSL, compatível
com o Speedy. Alguns oferecem
o serviço gratuitamente.
Pelo site www.speedyvantagens.com.br/provedores
estão os provedores compatíveis com a operadora. Os assinantes que tiverem dúvidas podem ligar para 10315, telefone
da central de atendimento ao
cliente da Telefônica.
Quem não for assinante da
Telefônica deve entrar em contato com a operadora telefônica contratada.
Segundo Eduardo Parajo,
presidente da Abranet, o não-cumprimento da LGT em São
Paulo levou provedores à falência e boa parte dos que restaram registraram queda de receita. Estima-se que cerca de
500 mil assinantes deixaram
de gerar receita nesse período
aos provedores. Ele acredita
que agora os provedores dêem
início a promoções para recuperar a clientela.
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