|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Austrália corta juro pela 2ª vez em um mês
DA REDAÇÃO
Pela segunda vez em menos
de trinta dias, o banco central
australiano reduziu a taxa de
juros, buscando impedir que a
economia do país entre em recessão. O corte de ontem, de
0,75 ponto percentual, levou a
taxa para o seu menor nível
desde março de 2005: 5,25%.
A redução foi maior do que
esperavam os analistas, e a expectativa é a de que o BC australiano volte a cortar os juros
na sua próxima reunião, em dezembro. No encontro do mês
passado, a entidade já tinha reduzido a taxa de juros em um
ponto percentual -o maior
corte em 16 anos.
O presidente do banco central da Austrália, Glenn Stevens, explicou a medida dizendo que "a deterioração nas condições internacionais e a queda
nos preços das commodities terão uma influência amortecedora" no crescimento econômico, apesar dos cortes nos juros, do plano de estímulo de
US$ 10 bilhões anunciado no
mês passado e da desvalorização da moeda local.
Nos últimos dias, bancos
centrais de diversos países, como os Estados Unidos, a Índia,
a Coréia do Sul e o Japão, cortaram as taxas de juros para tentar estimular suas economias,
em um momento em que boa
parte do mundo está ou ruma
para uma recessão. E a expectativa é que os BCs da zona do euro e do Reino Unido voltem a
diminuir os juros nos encontros que ocorrem amanhã.
E a intensidade dos cortes
mostra a preocupação com que
alguns desses BCs estão interpretando o momento das suas
economias. Na Coréia do Sul,
por exemplo, a redução na taxa
de juros, de 0,75 ponto percentual, foi a maior já realizada pelo BC local. O Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA)
cortou a taxa em um ponto percentual, em duas decisões no
mês passado, e levou os juros
para um nível que não era visto
em mais de quatro anos.
Ampliando o período de pesquisa para desde 15 de setembro, quando o então quarto
maior banco de investimento
norte-americano, o Lehman
Brothers, pediu concordata e
deu início ao recrudescimento
da crise, são raros os bancos
centrais que não cortaram os
juros. Entre as 20 maiores economias mundiais, somente o
Brasil, a Rússia e a Indonésia
não diminuíram as suas taxas
-o país do sul da Ásia foi o único que aumentou os juros.
A decisão brasileira (que, na
semana passada, manteve os
juros em 13,75%) não foi seguida nem por países que tiveram
as suas moedas fortemente
desvalorizadas na comparação
com o dólar, como a Austrália e
a Coréia do Sul, que foram uns
dos mais agressivos na redução
da taxa básica.
Se não encontra muitas referências entre as grandes economias mundiais, a decisão brasileira foi adotada por boa parte
dos principais países da América Latina, como México, Chile,
Venezuela e Colômbia.
A decisão de aumentar os juros após o agravamento da crise
foi seguida por poucos países,
como Islândia e Hungria, que
recorreram recentemente a
empréstimos do FMI.
Texto Anterior: UE rejeita nova "autoridade econômica" Próximo Texto: Crise: Equipe do Vaticano terá de bater ponto no próximo ano Índice
|