São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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Alta do PIB de 2007 é revisada para 6,1%

Expansão havia sido estimada em 5,7%; naquele ano, valorização do câmbio já reduzia peso da indústria na economia

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A crescente e contínua valorização do real reduziu o peso da indústria na economia brasileira, que, em seu conjunto, cresceu 6,1% em 2007 -melhor desempenho desde 1986. O dado do PIB foi divulgado ontem pelo IBGE e revisado para cima. A expansão havia sido estimada inicialmente em 5,7%.
Segundo o IBGE, a indústria perdia importância no PIB do país já em 2007, numa primeira rodada de forte apreciação do real ante o dólar. A participação do setor industrial na economia cedeu de 28,8% em 2006 para 27,8% em 2007.
Exceto por um breve momento logo após a crise, a tendência de alta da moeda local se manteve neste ano e em 2008 e provavelmente impulsionou o movimento de perda de espaço da indústria no PIB.
De acordo com Cristiano Martins, gerente de Contas Nacionais do IBGE, sempre que o real se valoriza, a indústria exporta menos e importa mais produtos manufaturados. Isso reduz a produção doméstica.
Na esteira da perda de peso da indústria, o setor de serviços avançou. Sua participação no PIB subiu de 65,8% em 2006 para 66,6% em 2007.
Rebeca Palis, gerente das Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, diz ainda que o setor de serviços passou praticamente ileso pela crise e sentiu um impacto bem menor do que a indústria. Tal situação deve manter o avanço dos serviços em detrimento da indústria.

Defasagem
O IBGE pesquisa e divulga trimestralmente informações sobre o PIB, mas são dados parciais e parte deles feitos com base em projeções. À medida que os dados oficiais são conhecidos, o IBGE recalcula o PIB e o torna público com quase dois anos de defasagem.
Com base nos dados finais do PIB de cada ano, é possível comparar o desempenho dos seis primeiros anos de mandato dos presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva. Sob o governo FHC (1995-2000), o PIB cresceu a uma taxa média de 2,6% ao ano. O percentual ficou em 4,2% ao ano no período de 2003 a 2008, já no governo Lula.


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