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Alta do PIB de 2007 é revisada para 6,1%
Expansão havia sido estimada em 5,7%; naquele ano, valorização do câmbio já reduzia peso da indústria na economia
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A crescente e contínua valorização do real reduziu o peso
da indústria na economia brasileira, que, em seu conjunto,
cresceu 6,1% em 2007 -melhor desempenho desde 1986.
O dado do PIB foi divulgado ontem pelo IBGE e revisado para
cima. A expansão havia sido estimada inicialmente em 5,7%.
Segundo o IBGE, a indústria
perdia importância no PIB do
país já em 2007, numa primeira
rodada de forte apreciação do
real ante o dólar. A participação
do setor industrial na economia cedeu de 28,8% em 2006
para 27,8% em 2007.
Exceto por um breve momento logo após a crise, a tendência de alta da moeda local se
manteve neste ano e em 2008 e
provavelmente impulsionou o
movimento de perda de espaço
da indústria no PIB.
De acordo com Cristiano
Martins, gerente de Contas Nacionais do IBGE, sempre que o
real se valoriza, a indústria exporta menos e importa mais
produtos manufaturados. Isso
reduz a produção doméstica.
Na esteira da perda de peso
da indústria, o setor de serviços
avançou. Sua participação no
PIB subiu de 65,8% em 2006
para 66,6% em 2007.
Rebeca Palis, gerente das
Contas Nacionais Trimestrais
do IBGE, diz ainda que o setor
de serviços passou praticamente ileso pela crise e sentiu um
impacto bem menor do que a
indústria. Tal situação deve
manter o avanço dos serviços
em detrimento da indústria.
Defasagem
O IBGE pesquisa e divulga
trimestralmente informações
sobre o PIB, mas são dados parciais e parte deles feitos com
base em projeções. À medida
que os dados oficiais são conhecidos, o IBGE recalcula o PIB e
o torna público com quase dois
anos de defasagem.
Com base nos dados finais do
PIB de cada ano, é possível
comparar o desempenho dos
seis primeiros anos de mandato dos presidente Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva. Sob o governo FHC (1995-2000), o PIB cresceu a uma taxa média de 2,6% ao ano. O percentual ficou em 4,2% ao ano
no período de 2003 a 2008, já
no governo Lula.
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