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Classe C viaja mais e turbina turismo no país, diz estudo
Pesquisa traça o perfil do turista; NE é destino preferido
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O brasileiro viajou mais a turismo pelo país nos últimos
dois anos, segundo indica pesquisa divulgada ontem pelo Ministério do Turismo. O percentual dos que fizeram pelo menos uma viagem interna passou
de 32,4%, entre 2005 e 2007,
para 58,8% nos últimos dois
anos (variação de 83,7%).
O estudo mostra ainda que
caiu de 32,5% para 7,6% o percentual de brasileiros que não
viajaram nos dois anos anteriores e não pretendiam viajar nos
dois seguintes.
O gasto médio total dos que
viajaram, por outro lado, teve
uma queda de 9% no período.
Essa diminuição pode ser explicada em parte pela ampliação da base dos consumidores,
trazendo para o consumo pessoas com renda menor, diz
Márcio Nascimento, diretor do
Departamento de Promoção e
Marketing Nacional da ministério. Outra justificativa, segundo a pasta, é o barateamento de parte dos serviços.
A presença maior das pessoas de renda mais baixa deve
fazer a "indústria do turismo
repensar o hábito do mercado",
afirma o ministro da pasta, Luiz
Barretto. "Há uma nova classe
média com quem dialogar.
Mais de 60% de quem viajou
ganha até dez salários mínimos. A chamada classe C tem
um peso também no turismo."
Além desse fator, outros colaboraram para o aumento do
turismo nacional, como a crise
econômica e a gripe A (que diminuíram viagens para países
vizinhos), diz o governo.
A pesquisa foi feita pelo Instituto Vox Populi, com 2.322
entrevistas entre junho e julho
deste ano em 11 capitais. Foram
ouvidos maiores de 18 anos, de
todas as classes econômicas. A
margem de erro é de dois pontos percentuais.
O perfil traçado do viajante
brasileiro mostra que ele viaja
principalmente com a família,
para destinos no Nordeste e
por um curto período de tempo
(54,6% por até uma semana).
A grande maioria (80,3%) se
desloca nas férias e um número
expressivo viajou nos feriados e
finais de semana prolongados
(66,8%) nos últimos dois anos
-a pesquisa anterior mostrava
um percentual menor, de 41%.
O brasileiro também recorre
mais a dicas de conhecidos e à
internet para planejar sua viagem, buscando agências especializadas em viagens apenas
em 5,6% dos casos.
As estradas são usadas pela
maioria das pessoas: 41,8%
usam normalmente o carro, e
23,8%, o ônibus. O avião é usado por 33,5% dos viajantes.
Apesar de pensarem o deslocamento com certa antecedência, 19,9% dos viajantes pagam
a viagem em até sete dias da
partida. O pagamento é feito à
vista em 63,2% dos casos.
Esses dados se referem ao
chamado cliente atual, ou seja,
o que viajou pelo menos uma
vez nos últimos dois anos. A
pesquisa mostra ainda as expectativas do cliente potencial:
o que demonstra interesse de
procurar destinos nacionais
nos próximos dois anos.
Há diferenças entre esses
dois públicos, como a renda.
Enquanto 35,5% dos que viajaram têm renda familiar de até
cinco salários mínimos, 58,5%
dos que pretendem viajar nos
próximos anos pertencem a essa faixa salarial.
Trabalhar esse "turismo social", oferecendo produtos às
classes C e D, é um dos principais pontos da pesquisa que podem levar ao desenvolvimento
de políticas públicas e privadas,
explica Elisangela Machado, do
CET (Centro de Excelência em
Turismo) da UnB. Outro é a referência ao maior uso de hotéis.
"Se eu tenho mais brasileiros
viajando e vou ter um incremento ainda com a Copa, como
vou atender meu público interno e externo?"
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