|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENTENDA
Meta muda só se o presidente der autorização
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As metas de inflação seguidas pelo governo são fixadas,
sempre com dois anos de antecedência, pelo CMN (Conselho
Monetário Nacional). Para que
qualquer alteração possa ser
feita nas metas já estabelecidas,
é preciso que o presidente da
República baixe um decreto
autorizando o CMN a fazer as
modificações necessárias.
Foi o que já aconteceu com a
meta para a inflação de 2003.
Em 2001, o CMN se reuniu e
decidiu fixá-la em 3,25%, com
margem de tolerância de dois
pontos percentuais para cima
ou para baixo. O índice usado
como parâmetro é o IPCA, calculado pelo IBGE.
Em junho, o presidente FHC,
por meio de um decreto, deu
autorização para que o CMN
mudasse a meta de 2003: ela
passou para 4%, com margem
de tolerância de 2,5 pontos.
Para que novas mudanças sejam feitas, o presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva precisará, no ano que vem, baixar
um novo decreto dando ao
CMN o poder de mudar as metas de inflação já fixadas -4%
para 2003 e 3,75% para 2004,
sempre com margem de 2,5
pontos. Se o sistema for mantido, a meta de 2005 será fixada
em junho de 2003.
Se as metas não forem cumpridas, não há punição: basta
que o presidente do BC envie
uma carta aberta ao ministro
da Fazenda explicando o motivo da alta da inflação.
Além das metas fixadas pelo
próprio governo, existem ainda aquelas previstas no acordo
com o FMI (Fundo Monetário
Internacional). Para este ano, a
meta é de 6,5%, com margem
de 2,5 pontos percentuais.
Para que as metas desse entendimento sejam alteradas, é
preciso que a equipe econômica negocie com a diretoria do
Fundo. Em geral, as mudanças
nessas metas são feitas durante
as revisões do acordo. A próxima deve acontecer em fevereiro do ano que vem.
Ainda assim, o não-cumprimento da meta de inflação negociada com o FMI não traz
grandes consequências para o
país, ou seja, não impede que o
governo tenha acesso aos empréstimos do Fundo.
Texto Anterior: Meta de inflação do Mercosul fica para 2006 Próximo Texto: Bloco tenta atrair também países andinos Índice
|