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MÍDIA
Gazeta trava com Tanure disputa na Justiça do RJ
DA REPORTAGEM LOCAL
A batalha judicial entre a JB Comercial S.A, do empresário Nelson Tanure, e a Gazeta Mercantil,
da família Levy, deve esquentar. A
JB, credora da Gazeta, recorreu da
decisão do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro que condicionou o
arresto (apreensão judicial de
bens do suposto devedor para garantia) em dinheiro.
"Recorri da decisão para que o
tribunal permita que o arresto
possa ser feito em imóvel, carta de
garantia bancária e ações", afirma
Alexandre Carneiro Monteiro, diretor jurídico da Docas Investimentos, holding de negócios de
Tanure.
No dia 28 de novembro, a juíza
Neusa Regina Larsen de Alvarenga
Leite, da 21ª Vara Cível da Capital
do Rio de Janeiro, determinou a
penhora dos bens da Gazeta Mercantil e sentenciou o arresto de
seu call center, considerado o filé
mignon da empresa.
Em sua decisão, ela diz: "Tendo
em vista que a devedora ofereceu
como bem a ser penhorado imóvel de terceiros deve ser aceita a
indicação da parte credora da penhora recair sobre o estabelecimento comercial da executada."
Em sua sentença, ela nomeou como depositário Roberto Epelbaum, que deverá apresentar honorários e forma de administração da empresa em dez dias. Também escreveu: "Venha a caução
na forma do artigo 816, inciso 2º
do Código de Processo Cível, que
deverá ser em dinheiro."
A JB Comercial informa que
tem a receber da Gazeta R$ 2,5
milhões. "Queremos receber esse
dinheiro", afirma Carneiro Monteiro. Ele diz que a direção da Gazeta reconheceu essa dívida em
documento assinado no dia 11 de
dezembro de 2001.
Desde maio deste ano, a empresa de Tanure tenta receber esse dinheiro na Justiça. "Eles perderam
prazo de oferecimento de bens e
também chegaram a oferecer
uma fazenda que não existe."
A Gazeta Mercantil vai recorrer
da decisão judicial que penhorou
seus bens, por considerar que a
dívida não é legítima, é objeto de
discussão. O recurso será apresentado ao Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro, assim que a decisão judicial for publicada no Diário Oficial da União, o que pode
ocorrer ainda hoje, segundo Carneiro Monteiro.
A Gazeta Mercantil tem outra
dívida, da ordem de R$ 5 milhões,
com Sérgio Thompson-Flores,
um dos sócios da Worldinvest,
que trabalhou no processo de
reestruturação do jornal no período de um ano. A Gazeta também
está com o aluguel atrasado do
imóvel onde está instalada.
O empresário Nelson Tanure
começou seu negócio com a família Levy a partir de um acordo entre a Gazeta Mercantil e o Jornal
do Brasil, que pertence a Tanure,
para venda conjunta de anúncios
em 2000, quando teria colocado
os R$ 2,5 milhões no negócio.
A Worldinvest passou a reestruturar o jornal depois que os dois
empresários não se entenderam.
A parceria também não foi para a
frente. Procurada pela Folha, a direção da Gazeta Mercantil não se
pronunciou.
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