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A ÁGUIA RESPIRA
Produtividade aumentou mais que o previsto, serviços seguem em alta e encomenda à indústria voltou a crescer
Indicadores apontam recuperação nos EUA
DA REDAÇÃO
A produtividade do trabalhador norte-americano cresceu acima do previsto no terceiro trimestre do ano. Em dois outros indicadores positivos, o setor de serviços, o maior da economia dos
EUA, registrou o décimo mês seguido de expansão, enquanto as
encomendas à indústria voltaram
a crescer.
Os bons sinais se somam a outros divulgados na semana passada e indicam que a
situação econômica deixou de se
deteriorar. Se há dois meses boa
parte dos analistas acreditava que
o país estava fadado a viver uma
nova recessão, hoje tal possibilidade parece remota -a menos
que os EUA se envolvam em uma
guerra prolongada no Iraque.
"Os números nos mostram que
não há o menor risco de a economia entrar em uma recessão de
mergulho duplo", afirmou Clifford Waldman, economista da
consultoria Waldman Associates.
"Os consumidores tiveram a
energia suficiente para manter a
economia caminhando."
A produtividade dos trabalhadores norte-americanos cresceu
5,1% no terceiro trimestre deste
ano em relação aos três meses anteriores, acima da estimativa inicial de 4%. A expansão bateu as
expectativas dos analistas.
Já as encomendas à indústria
cresceram 1,5% em outubro, depois de terem enfrentado dois
meses seguidos de queda. Em setembro, segundo o Departamento de Comércio, ocorrera uma retração de 2,4%.
Ainda ontem, o Instituto de Gerenciamento de Fornecimento
(ISM, na sigla em inglês) informou que seu índice de atividade
no setor de serviços cresceu de
53,1 pontos, em outubro, para
57,4 pontos, no mês passado. Leituras acima de 50 pontos indicam
crescimento na atividade. Assim,
o setor acumula dez meses de expansão ininterrupta.
Trabalhador produz mais
A produtividade (total que cada
funcionário produz por hora de
trabalho) havia crescido apenas
1,7% no segundo trimestre, de
acordo com o Departamento do
Trabalho dos EUA. Nos 12 meses
encerrados em setembro, houve
um crescimento de 5,6% em relação aos 12 meses anteriores, o
maior salto para um período de
quatro trimestres desde 1966.
Avanços em produtividade permitem que as empresas lucrem
mais (e eventualmente paguem
mais a seus funcionários) sem ter
de aumentar os preços. Outro
ponto positivo é que a economia
pode crescer de maneira acelerada sem que haja forte pressão inflacionária.
Para Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), a introdução de
novas tecnologias estimulou o vigoroso aumento de produtividade da década passada, que propiciou ao país viver seu mais duradouro período de crescimento
econômico. De 1974 a 1995, a produtividade cresceu em média
1,4% ao ano. De 1996 a 2001, o ganho médio anual subiu para 2,5%.
Mas os recentes avanços em
produtividade encobrem um aspecto negativo. As empresas fizeram severos ajustes para se adequar ao novo nível de demanda, e
os funcionários que não perderam o emprego tiveram que, na
média, trabalhar mais.
Desde o início da recessão econômica, em março do ano passado, quase 2 milhões de postos de
trabalhos foram fechados nos
EUA, e a taxa de desemprego saltou de 4% para 5,7%. A taxa de
outubro será divulgada amanhã, e
a expectativa dos analistas é que
atinja 5,8%.
Mercados
A despeito dos bons indicadores, a Bolsa de Nova York permaneceu no vermelho durante a
maior parte do pregão. No final
do dia, o índice Dow Jones ficou
praticamente estável em relação
ao encerramento do dia anterior.
Puxada por um prognóstico negativo emitido pela fabricante de
computadores Hewlett-Packard,
a Nasdaq encerrou o dia com queda de 1,3%. O índice Standard &
Poor's das 500 principais empresas cedeu 0,35%.
Com agências internacionais
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