|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VEÍCULOS
Tributos pesam 35% no preço
Indústria quer carros com menos impostos
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de obterem prorrogação
por mais três meses na alíquota
reduzida do IPI (Imposto sobre
Produtos Industrializados), as
montadoras agora defendem um
"debate" para que o setor consiga
o que classifica de "patamares
mais adequados de impostos".
O argumento da Anfavea (associação das montadoras) é que a
carga tributária do setor no Brasil
é a mais alta do mundo -de 35%
sobre o valor final dos carros. E
que estaria muito acima da média
mundial, de 15% a 16%.
"Não podemos ficar vivendo de
soluços. A cada crise, irmos ao governo reivindicar uma nova redução [de impostos]", disse Ricardo
Carvalho, presidente da Anfavea.
"O que deveria ser feito nos próximos meses, aproveitando a reforma tributária, seriam discussões
para um acerto definitivo, debater
a tabela do IPI e ver se merece
aprimoramento", completou.
O incentivo ao setor ocorreu em
duas etapas. A primeira, em agosto. A pedido das próprias montadoras, o governo decidiu reduzir,
a partir de 6 de agosto, em até três
pontos percentuais a alíquota do
IPI a fim de estimular as vendas
do setor. Esse acordo, que deveria
vigorar até domingo passado, foi
prorrogado, na semana passada,
por mais três meses -até o final
de fevereiro de 2004.
Para convencer o governo a estender o incentivo, as montadoras apresentaram planilhas com a
evolução na média diária de vendas e um estudo pelo qual, embora tivesse ocorrido queda na arrecadação do IPI, esta foi compensada com a alta na arrecadação
desse imposto mais o PIS e a Cofins (que incidem sobre o faturamento das empresas). Segundo a
Anfavea, a arrecadação dos três
tributos passou de R$ 422 milhões
em julho (pré-incentivo) para R$
523 milhões em outubro.
Produção e vendas
As vendas de carros e comerciais leves recuaram 7,4% em novembro comparadas às de outubro. Foram comercializadas 130,3
mil unidades no período, contra
140,7 mil em outubro. Em relação
a novembro de 2002, no entanto,
houve aumento de 5,7%.
A produção de veículos no mês
passado atingiu 168,1 mil unidades, resultado praticamente estável em relação a outubro (168,7
mil). Sobre novembro de 2002
(produção de 165,4 mil unidades),
houve acréscimo de 1,6%.
Os resultados dos últimos três
meses fizeram com que a Anfavea
revisse, para cima, as projeções do
ano. As montadoras estimam encerrar o ano com produção de
1,82 milhão de unidades, com alta
de 1,7% sobre o 1,79 milhão de
unidades produzidas em 2002.
Até novembro, a projeção também era de expansão, mas de 1%.
Revisão mais expressiva é a que
se refere às vendas internas: até
outubro, a Anfavea estimava queda de 10% no ano. Agora, prevê
que ficará em "apenas" 6,8% (de
1,48 milhão em 2002 para 1,38 milhão de unidades neste ano).
Texto Anterior: Dinheiro no bolso: Novo crédito é utilizado para pagar agiota Próximo Texto: Internet: Sites noticiosos da Abril e do UOL lideram acessos Índice
|