São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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GIGANTE DO VAREJO

Presença nas classes C e D foi maior atrativo

Marcas Casas Bahia e Ponto Frio devem permanecer, cada uma com o seu público; Extra Eletro tende a desaparecer

Com a aquisição do controle da Casas Bahia, setor de bens duráveis responderá por 46% da receita total do Grupo Pão de Açúcar

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL

A presença da Casas Bahia entre os consumidores das classes C e D foi um dos grandes atrativos para o Pão de Açúcar. O grupo tomou a decisão estratégica de entrar no segmento de bens duráveis (eletroeletrônicos e linha branca) no final de 2007.
Além das 40 lojas da bandeira Extra Eletro, que tende a desaparecer com a aquisição da Casas Bahia, o grupo cresceu nesse segmento com a compra do Ponto Frio, fechada em junho, por R$ 824,5 milhões. Mas o Ponto Frio tem como foco as classes A, B e C.
"Quando tomei conhecimento da loja nova que a Casas Bahia estava abrindo na favela de Heliópolis, senti uma enorme inveja", disse o presidente do conselho do Pão de Açúcar, Abilio Diniz. "Mas também senti um orgulho muito grande de ver uma empresa brasileira indo até onde a população está", completou.
Segundo Diniz, as marcas Ponto Frio e Casas Bahia serão mantidas separadamente, cada uma com seu foco. Há uma sobreposição de cem lojas localizadas na mesma rua ou shopping. "Não vemos problema em ter uma loja de cada bandeira em um mesmo shopping. Mas vamos avaliar cada caso."
Maior anunciante do país, ao dedicar 3% de seu faturamento para a publicidade, a Casas Bahia terá de lidar com a percepção que a população de baixa renda tem em relação ao Pão de Açúcar, de um supermercado "careiro". Mesmo que as bandeiras permaneçam separadas, a ideia de que o Grupo Pão de Açúcar controla a Casas Bahia pode gerar confusão.
Com o controle da Casas Bahia, o Grupo Pão de Açúcar passará a ter 46% de sua receita proveniente da venda de bens duráveis, segundo análise feita pela consultoria Raymond James Brazil.
Para Daniela Bretthauer, chefe da divisão de consumo e varejo na América Latina da Raymond James Brazil, o negócio "muda a cara" do Pão de Açúcar, que passa a atuar em um setor de maior risco e margens menores.
Os ganhos com redução de custo a partir da união entre Ponto Frio e Casas Bahia, que nasce com faturamento de R$ 18,1 bilhões, foram calculados em R$ 2 bilhões.


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