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GIGANTE DO VAREJO
Presença nas classes C e D foi maior atrativo
Marcas Casas Bahia e Ponto Frio devem permanecer, cada uma com o seu público; Extra Eletro tende a desaparecer
Com a aquisição do controle da Casas Bahia, setor de
bens duráveis responderá
por 46% da receita total
do Grupo Pão de Açúcar
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
A presença da Casas Bahia
entre os consumidores das
classes C e D foi um dos grandes atrativos para o Pão de Açúcar. O grupo tomou a decisão
estratégica de entrar no segmento de bens duráveis (eletroeletrônicos e linha branca)
no final de 2007.
Além das 40 lojas da bandeira Extra Eletro, que tende a desaparecer com a aquisição da
Casas Bahia, o grupo cresceu
nesse segmento com a compra
do Ponto Frio, fechada em junho, por R$ 824,5 milhões. Mas
o Ponto Frio tem como foco as
classes A, B e C.
"Quando tomei conhecimento da loja nova que a Casas Bahia estava abrindo na favela de
Heliópolis, senti uma enorme
inveja", disse o presidente do
conselho do Pão de Açúcar,
Abilio Diniz. "Mas também
senti um orgulho muito grande
de ver uma empresa brasileira
indo até onde a população está", completou.
Segundo Diniz, as marcas
Ponto Frio e Casas Bahia serão
mantidas separadamente, cada
uma com seu foco. Há uma sobreposição de cem lojas localizadas na mesma rua ou shopping. "Não vemos problema em
ter uma loja de cada bandeira
em um mesmo shopping. Mas
vamos avaliar cada caso."
Maior anunciante do país, ao
dedicar 3% de seu faturamento
para a publicidade, a Casas Bahia terá de lidar com a percepção que a população de baixa
renda tem em relação ao Pão de
Açúcar, de um supermercado
"careiro". Mesmo que as bandeiras permaneçam separadas,
a ideia de que o Grupo Pão de
Açúcar controla a Casas Bahia
pode gerar confusão.
Com o controle da Casas Bahia, o Grupo Pão de Açúcar passará a ter 46% de sua receita
proveniente da venda de bens
duráveis, segundo análise feita
pela consultoria Raymond James Brazil.
Para Daniela Bretthauer,
chefe da divisão de consumo e
varejo na América Latina da
Raymond James Brazil, o negócio "muda a cara" do Pão de
Açúcar, que passa a atuar em
um setor de maior risco e margens menores.
Os ganhos com redução de
custo a partir da união entre
Ponto Frio e Casas Bahia, que
nasce com faturamento de R$
18,1 bilhões, foram calculados
em R$ 2 bilhões.
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