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Consultor não acredita que haja manipulação
DA REPORTAGEM LOCAL
O consultor Emílio Garófalo,
ex-diretor da área externa do
Banco Central, diz não acreditar
que ocorra manipulação do mercado de câmbio em dezembro.
"São fatores aleatórios que têm
derrubado as cotações nessa época do ano", diz ele.
Entre esse fatores ele cita o ingresso de cerca de US$ 3 bilhões
em dezembro de 2000, para compra do Banespa pelo banco espanhol Santander. "Foi um fato atípico que derrubou o dólar na época, tanto que o Banco Central entrou comprando. Foi sua última
compra no mercado. Desde então, ele só entra vendendo dólar",
diz Garófalo. Naquele ano a variação cambial em dezembro foi pequena, com queda de 1,52%.
Já em 2001, o dólar despencou
7,44% no mês e, se for comparada
a cotação de final do mês com a de
pico do ano, o tombo foi maior
-de 15,5%. "O que ocorreu foi
uma grande puxada do câmbio
durante o ano, em consequência
da crise da Argentina, do racionamento de energia e do atentado
de 11 de setembro nos EUA", justifica o consultor.
Em dezembro daquele ano, o
dólar inverteu a tendência devido
a uma "série de coincidências",
segundo Garófalo. O Brasil "descolou" do risco Argentina, o racionamento chegava ao fim e a
reação americana ao ataque terrorista foi bem menor do que se esperava no primeiro momento.
O ano passado, segundo ele,
também foi atípico, devido às eleições. "Passada a eleição, o dólar
começou a cair, depois voltou a
subir com a demora do novo governo em anunciar seu ministério
e recuou, novamente, com a divulgação dos nomes", diz ele.
No passado, segundo Garófalo,
a tendência era de alta do dólar no
final do ano. "O câmbio era fixo, e
as empresas se esforçavam para
encerrar o ano "limpas" do risco
Brasil. Tiravam dinheiro do país
em dezembro, e voltavam em janeiro sabendo que a taxa estaria
no mesmo patamar", conta ele.
"Hoje, eu não afirmaria que há
manipulação para derrubar a taxa
e, sim, um esforço para que não
suba", diz.
(SB)
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