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CRÉDITO
Empréstimos se distribuem em 6 milhões de operações
Consignado para aposentado fecha 2005 em R$ 10,9 bilhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os aposentados e pensionistas
do INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) possuíam, ao final
de 2005, uma dívida de R$ 10,9 bilhões contraída por meio do chamado empréstimo consignado,
em que as prestações do financiamento são descontadas diretamente pelo banco no salário ou na
pensão do devedor.
Os R$ 10,9 bilhões estão distribuídos em 6 milhões de operações diferentes -o que significa
que cada empréstimo é, na média,
de pouco mais de R$ 1.800.
Das 6 milhões de operações, por
sua vez, 3 milhões foram feitas
com pensionistas que recebem
menos de um salário mínimo (R$
300) por mês. Aqueles com renda
de até três salários mínimos respondem por 4,5 milhões transações, ou 75% do total.
Os números foram fechados pela Dataprev, órgão do Ministério
da Previdência Social. Segundo
esse levantamento, 4,6 milhões de
um total de 19 milhões de aposentados e pensionistas já tomaram
um empréstimos consignado em
algum momento. Entre maio de
2004 e dezembro de 2005, 23 milhões de operações de crédito desse tipo foram feitas pelos bancos
conveniados ao INSS.
A vantagem do crédito consignado está na taxa de juros, que é
mais baixa do que a média praticada no mercado. Segundo estudo feito pelo Banco Central em
novembro passado, os bancos cobravam 36,9% ao ano nos empréstimos com desconto em folha
de pagamento, enquanto os juros
no crédito pessoal convencional
estavam em 83,2% ao ano.
A diferença, segundo os bancos,
se justifica devido à inadimplência praticamente nula observada
nos empréstimos consignados.
Devido ao mecanismo do financiamento, o devedor não consegue deixar de pagar as prestações
nem que queira, pois o desconto é
feito pelo banco no próprio salário, pensão ou aposentadoria.
Alguns setores da indústria e do
comércio chegaram a mostrar
preocupação com o efeito negativo, já que o crédito, na prática, reduz a renda que as pessoas têm
para direcionar ao consumo.
De qualquer forma, esse instrumento foi um dos principais responsáveis pelo aumento do crédito disponível no país nos últimos
anos. Em novembro passado, segundo dados do BC, o crédito
consignado total chegou a R$
70,576 bilhões em novembro,
uma alta de 43% em relação ao
saldo em dezembro de 2004.
Em setembro do ano passado, o
INSS fixou um teto de 36 meses
para o prazo dos empréstimos
consignados. O limite foi imposto
devido à preocupação de que os
aposentados e pensionistas comprometessem uma parcela importante da suas rendas por um
período muito grande de tempo
-a legislação determina que as
prestações não podem superar
30% do rendimento.
No país, São Paulo é o Estado
que mais concentra empréstimos
consignados a aposentados.
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