|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Petrobras e Marítima podem chegar a acordo
DA REPORTAGEM LOCAL
Dono da Marítima, que construiu plataformas para a Petrobras e que está em briga judicial
com a empresa, o presidente da
Ocean Air, German Efromovich,
afirmou ontem que a empresa está próxima de fechar um acordo
com a estatal. "Existe uma boa
vontade de ambas as partes de resolver essa pendência de uma maneira civilizada", afirmou.
Trocando acusações mútuas, a
Petrobras e a Marítima brigam na
Justiça brasileira e internacional,
num contencioso que chega a
US$ 2,5 bilhões. A disputa decorre
do atraso na entrega de quatro
plataformas de produção de óleo.
Um grupo de trabalho da Petrobras avalia há dois meses uma
proposta de acordo que foi feita
pela empresa de Efromovich.
Sobre a polêmica causada pela
utilização de Fokker-100 pela
Ocean Air, o empresário afirma já
contar com reações negativas dos
passageiros, mas defende a segurança da aeronave. Leia trechos
da entrevista concedida pelo executivo à Folha.
Folha - A Ocean Air não teme que
o passageiro, ao tomar conhecimento que embarcará em um Fokker-100, tenha receio?
Efromovich - Não é um temor, é
um fato, isso vai ocorrer. Tem
gente que desconhece o assunto,
tem medo de avião e ponto. E
gente também por mera ignorância vai dizer: "no Fokker-100 eu
não subo". Mas no mundo inteiro, a American Airlines voou 150
desses aviões durante quase 15
anos, e não teve um incidente. É
confortável, seguro, de rápida entrada e saída.
Folha - A tarifa cobrada pela
Ocean Air deve ser mais baixa do
que concorrentes como a Gol?
Efromovich - Não dá para dizer
que vai ser baixa ou alta porque
tarifas variam. O que você voa por
R$ 200, amanhã você pode voar
por R$ 700 ou R$ 500. Não existe
tarifa definida. A Ocean Air vai fazer suas tarifas dentro de sua expectativa de retorno, é empresa
enxuta, eficiente e acreditamos
que nossas tarifas serão competitivas. Não sei te afirmar se em determinado dia vão estar acima ou
abaixo dos nossos concorrentes.
Agora é muito importante ressaltar que a Ocean Air não tem a mínima intenção de iniciar uma briga de tarifas no mercado e fazer
concorrência predatória.
Folha - A Varig ainda interessa à
Ocean Air? Como foram as tratativas da Ocean Air em relação à aquisição da Varig?
Efromovich - Em fevereiro de
2005 fizemos oferta pela Varig onde ela teria boa chance de conseguir ser reestruturada. Pretendíamos capitalizar a companhia em
US$ 600 milhões, os credores seriam os mesmos que tínhamos
acabado de negociar com a
Avianca, sabíamos o que estávamos fazendo. Pretendíamos repetir isso em um tamanho maior
com a Varig. Por algum motivo a
proposta acabou não agradando
aos responsáveis pela Fundação
Ruben Berta. Nunca tive uma resposta além de um agradecimento
por ter aprovado a proposta. Do
jeito que as coisas estão hoje não
temos interesse. Varig é patrimônio nacional, é muito triste o que
está acontecendo com a companhia. Teria que se recuperar, mas
com seus próprios meios, sou
contra qualquer tipo de subsídio
do governo.
Folha - Em que estado está hoje o
processo judicial Marítima com a
Petrobras?
Efromovich - O que está sub judice está sob júdice, eu não falo. Mas
o nosso relacionamento com a
Petrobras está mudando, tivemos
entregando outro dia a P-50, tive a
oportunidade de conversar com o
presidente Gabrielli [o presidente
da Petrobras, José Sérgio Gabrielli]. Existe uma boa vontade de
ambas as partes para de uma maneira civilizada, inteligente e sensata resolver essa pendência, o
que só pode beneficiar a Petrobras, a Marítima e nosso país. A
Marítima sempre foi um catalizador, sempre foi referência de preço. Entregamos equipamentos de
produção equivalente de mais de
um milhão de barris, seria mais de
50% da produção do país. A Petrobras reconhece isso, os equipamentos estão lá, da melhor qualidade, então nada mais sensato
que isso ocorrer. Eu tenho certeza, pelo que tenho sentido, que caminhamos para isso.
Folha - A idéia então é buscar
acordo?
Efromovich - Não tenha dúvida,
se depender da gente esse acordo
sai amanhã.
Texto Anterior: Ocean Air quer passar de 0,3% a 8% do mercado Próximo Texto: Combustíveis: Governo fala agora em apelo a usineiros Índice
|