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CAMPO
Estimativa é do IBGE, se clima não quebrar safra como em 2005, quando a colheita de grãos foi 5,5% menor que a de 2004
Safra de 2006 pode ser maior da história
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Conforme apontavam as previsões, a safra de 2005 frustrou as
expectativas: ficou em 112,715 milhões de toneladas, 5,5% menor
do que a colheita de grãos de 2004
(119,294 milhões de toneladas).
Para 2006, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
crê em recuperação, com alta de
13,22% na produção agrícola.
Neste ano, o crescimento da safra, que deve alcançar 127,612 milhões de toneladas, ocorrerá apenas por causa dos ganhos de produtividade no campo, já que os
dados coletados indicam uma
queda de 4,68% na área plantada.
Tal retração, diz o IBGE, reflete
a crise da agricultura em 2005
-que reduziu a renda e aumentou as dívidas dos agricultores-
e os baixos preços de alguns produtos, como a soja e o arroz.
"O ano de 2006 é um ano de recuperação e de ganho de produtividade, que deve voltar ao normal
após a estiagem prolongada de
2005, que gerou quebra de safra.
Neste ano, há alguns pequenos focos de estiagem, mas nada comparável a 2005, que afetou especialmente o Sul", disse Neuton Alves Rocha, do IBGE.
Em 2005, deixaram de ser colhidas 6,5 milhões de toneladas de
grãos. As lavouras de milho e soja
foram as mais afetadas pela seca,
que castigou principalmente o
Rio Grande do Sul, além de Santa
Catarina, Paraná e parte do Mato
Grosso do Sul e São Paulo.
Pelos dados do IBGE, serão ou
já foram plantados para a safra
deste ano 47,604 milhões de hectares -0,58% menos do que em
2005, quando as estimativas iniciais apontavam para uma safra
recorde de 130 milhões de toneladas. Se em 2006 o clima não atrapalhar mais uma vez, a colheita
será a maior da história do país.
O que preocupa, porém, são os
baixos preços, diz Rocha, que desestimulam agricultores a expandir a produção, principalmente
de algodão, arroz e feijão.
Com base na área plantada, o
IBGE espera queda na produção
de algodão herbáceo em caroço (-24,24%), amendoim (-17,15%) e
arroz (-11,60%). Por outro lado,
espera crescimento da colheita de
cana (1,07%) -sob efeito da
maior produção de álcool para os
motores bicombustíveis-, cebola (4,80%), feijão (29,28%), fumo
(9,46%), mandioca (2,47%), milho (27,22%) e soja (15,83%).
Para a soja, o IBGE vê uma tendência de queda da área plantada.
Segundo o instituto, o plantio já
acabou nos principais pólos produtores -as regiões Sul, Sudeste,
Centro-Oeste e o Estado da Bahia.
O IBGE estima uma produção
de soja de cerca de 59,2 milhões
de toneladas -16% superior a de
2005 (51,138 milhões de toneladas). Segundo o IBGE, a área
plantada será 6% menor, mas a
produtividade aumentará 21%, ficando em 2.695 kg por hectare
plantado. Para o IBGE, as "perspectivas pessimistas" sobre os
preços da soja permanecem -os
estoques mundiais seguem altos.
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