São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2007

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Preços do álcool avançam nas usinas e nos postos

Produtor cobra 3% a mais pelo hidratado; na bomba, alta chega a 11% em 15 dias

Pesquisadora atribui valorização à expansão da demanda, em plena entressafra, e à interrupção na produção em usinas


ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO

O preço do álcool voltou a subir nas usinas do Estado de São Paulo nesta semana. O litro do produto hidratado -que sai da bomba direto para o tanque do carro- aumentou 2,97%, após ter sofrido reajuste de 4,6% na semana passada.
Segundo levantamento semanal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP, o álcool hidratado foi vendido a R$ 0,8680 o litro, sem impostos.
Já o álcool anidro -que é adicionado à gasolina- subiu 1,38% nesta semana, para R$ 0,8780, sem impostos.
Mirian Bacchi, pesquisadora do Cepea, atribui o aumento do preço à expansão da demanda, em plena entressafra, devido ao período de férias escolares, e à saída de mercado de algumas usinas, por conta das festas.
Para Hélio Fiorin, diretor do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), a pesquisa do Cepea ainda não reflete a realidade. Segundo ele, o álcool já está chegando aos postos com aumento de 25% em relação ao que custava há 15 dias.
Fiorin acrescenta que um dos motivos que levaram a esse aumento nas usinas é o fato de poucas unidades estarem negociando nesta época do ano. "As que estão funcionando vendem com o preço que querem."
Um dos principais fatores para o aumento da demanda por álcool é o crescimento das vendas dos carros bicombustíveis. No Brasil, já foram vendidos 2,5 milhões de carros "flex fuel". Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a participação do "flex fuel" chegou a 82% das vendas em dezembro.
Apesar das altas variações de preços neste momento de entressafra da cana-de-açúcar, os níveis das cotações estão abaixo dos de janeiro de 2006. O preço do hidratado na usina neste início de ano está 16% abaixo do que estava na primeira semana de janeiro do ano passado.
A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) informou, em nota, que o mercado está se acomodando. "Os níveis de preço demonstram que já começa a acontecer uma acomodação de mercado, devido a uma menor pressão de compra por parte das distribuidoras", segundo o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

Aumento na bomba
O consumidor da cidade de São Paulo já sente o reflexo do aumento do álcool nas usinas.
Nos postos, o aumento nos últimos 15 dias já é de 11%. Segundo pesquisa feita pela Folha em 42 postos da cidade, o litro do álcool, que custava R$ 1,269 há 15 dias, está sendo vendido a R$ 1,410.


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