São Paulo, domingo, 06 de janeiro de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Pacote de Lula foi um avanço, diz empresário

Ao contrário das fortes críticas feitas por líderes empresariais às medidas tomadas pelo governo para compensar o fim da CPMF, o presidente do Iedi e da Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar Josué Gomes da Silva, considera que o pacote foi um ganho grande para a sociedade.
"O governo mostrou que está privilegiando a responsabilidade fiscal", diz Josué.
O seu argumento é que o governo, ao elaborar um conjunto de medidas em que R$ 10 bilhões serão arrecadados com aumento de impostos, ainda deixou R$ 30 bilhões em recursos para o setor privado. O ideal, a seu ver, seria o governo ter aberto mão dos R$ 40 bilhões da CPMF e ter compensado a perda com corte de despesas, mas isso não aconteceu.
O empresário também diz achar um avanço o fato de o governo ter previsto, no conjunto de medidas, um corte de R$ 20 bilhões nos gastos públicos e, além disso, se comprometido a não aumentar mais impostos, caso a arrecadação não seja suficiente para tapar o buraco da CPMF. Ele acha que a sociedade deve dar um crédito de confiança ao governo e acreditar na execução dos cortes.
"Não tem por que duvidar da palavra do governo. Ele se comprometeu com as metas fiscais e até hoje, nos cinco anos de mandato de Lula, não deixou de cumpri-las. As metas foram até superadas na maioria dos anos", afirmou.
O empresário considerou exageradas as críticas ao pacote econômico do governo realizado neste início do ano, inclusive feitas por seus colegas, mas ele diz que são compreensíveis. Afinal, ninguém gosta de pagar mais imposto. "As críticas foram exageradas, mas fazem parte do jogo", diz.
Josué afirma não concordar, no entanto, quando se diz que o aumento do imposto vem à vista, e o corte de gastos, a prazo -pelo fato de o governo não ter anunciado ainda onde as despesas serão reduzidas. Segundo ele, os R$ 10 bilhões estimados com o aumento do IOF e da CSLL também não serão obtidos imediatamente.
"Tanto os aumentos de impostos como os cortes de despesas serão a prazo", diz Josué.
Sobre a ameaça de recessão nos Estados Unidos, Josué afirma que o país irá passar por um período de forte ajuste neste ano, mas diz achar que a economia americana é dinâmica o suficiente para se recuperar desse processo de desaceleração.
O empresário acha que o Brasil irá sofrer algum impacto, mas ele espera que seja pequeno. Ele considera que a falta de investimentos em infra-estrutura pode ter uma conseqüência maior sobre a economia do país do que a crise nos EUA.

Para Fernando Henrique, aumentar IOF é natural
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu com naturalidade o pacote anunciado pelo governo Lula na quarta-feira, dia 2.
De acordo com ele, aumentar o IOF era a atitude natural a ser tomada com o fim da CPMF.
"Fiz igual no meu governo, quando não conseguimos aprovar a renovação da CPMF", afirmou.
Só houve um erro, na sua avaliação, que foi o de o presidente Lula ter insistido na votação da CPMF no fim do ano.
FHC afirma que essa foi uma decisão pessoal de Lula para testar a sua base de apoio no Senado.
Para o ex-presidente, ao perceber que a derrota seria inevitável, o governo deveria ter aumentado provisoriamente o IOF no início deste ano, como acabou fazendo agora, e depois voltado à tona para aprovar a CPMF.
Foi , na verdade, o que o próprio Fernando Henrique fez no início de 1999, quando o seu governo aumentou o IOF por um breve período de três meses e depois conseguiu aprovar a CPMF.
Ao ser questionado se, de todo modo, era o pai da idéia (o aumento do IOF), o ex-presidente respondeu que não tem mais idade para ser pai de ninguém. "No máximo, avô", completou Fernando Henrique, dando risada.

Incorporadora aposta em Ribeirão Preto
Seis meses após sua criação, a Bild Desenvolvimento Imobiliário fechou o ano de 2007 com R$ 305 milhões em negócios.
Um dos motivos para o resultado foi a aposta em Ribeirão Preto (SP).
"Ajudamos a colocar a cidade e a sua região na rota dos investimentos do setor imobiliário", explica Rodrigo Saccarelli, um dos sócios da empresa.
Para este ano, as perspectivas apontam para a abertura de um escritório em São Paulo.
A Bild Desenvolvimento Imobiliário já tem recursos para realizar empreendimentos que compreendem 1.300 imóveis e R$ 155 milhões em investimentos.
"Nós acreditamos na viabilização de novos negócios dentro da classe econômica, ou seja, vamos empreender para disponibilizar imóveis entre R$ 80 mil e R$ 150 mil para as famílias com renda de 5 a 15 salários mínimos", afirma Rodrigo Villas-Boas, também sócio da companhia.

AGULHA
Michel Bastos, estilista que faz camisaria e alfaiataria masculinas sob medida; neste ano, Bastos lança uma linha para amantes do golfe; em sua loja, na rua Oscar Freire (SP), há um minicampo de golfe; "Virou piada. Quem acertar o buraco de primeira ganha desconto"; a marca Michel Store chega neste ano a pontos-de-venda em Belo Horizonte, em Brasília e no Rio OCUPADO
Em 2007, o Novotel Jaraguá teve receita de R$ 20 milhões, alta de 25% ante 2006. A diária média subiu 12%, atingindo R$ 155,89. Desde que a Accor assumiu o empreendimento, em outubro de 2005, a ocupação média teve alta de 55%.

ÀS COMPRAS
O Shopping Metrô Itaquera registrou alta média de 150% nas vendas de dezembro comparadas com as do mês de inauguração, novembro. O tráfego de pessoas foi superior a novembro, com 41% de crescimento entre 1º e 24 de dezembro.

PARCERIA
A Fecomercio-SP oficializou convênio com o Ministério das Relações Exteriores estabelecendo que a entidade será mais um ponto focal do Sipri (Sistema de Promoção de Investimentos e Transferência de Tecnologia para Empresas).

CARTÃO DE NATAL
A Vivo registrou, no dia 24 de dezembro, um tráfego de mensagens de texto (SMS) três vezes maior em relação ao volume em dias normais. O número é conseqüência das ações de incentivo. Em 2008, a Vivo planeja massificar mais ainda o serviço.


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