São Paulo, quarta-feira, 06 de janeiro de 2010

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Bolsa dribla pessimismo externo e tem alta de 0,28%

Mercado imobiliário tem dado ruim nos EUA; dólar vale R$ 1,73

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

No segundo pregão do ano, a Bolsa brasileira teve dificuldade para manter o otimismo da véspera e defender o patamar de 70 mil pontos no Ibovespa, o maior em 18 meses, atingido no dia anterior. Se não fosse pelo desempenho das ações da Vale, que subiram 0,93% (ON) e 1,4% (PNA) com a perspectiva de reajuste acima de 20% no minério de ferro, a Bolsa teria sucumbido ao pessimismo internacional. As ações da Vale movimentaram ontem R$ 1,118 bilhão -15,7% do total de R$ 7,115 bilhões girados na Bolsa.
Ontem, saíram novos indicadores econômicos nos Estados Unidos. As vendas de imóveis usados mostraram baixa liquidez e preços deprimidos no mercado imobiliário dos EUA.
Para analistas, a Bolsa não recupera o patamar anterior à crise enquanto o norte-americano médio não ficar confortável para vender sua residência sem perder dinheiro. Isso porque os recursos ganhos com a venda de imóveis costumam ir para a Bolsa. "O norte-americano está mais preocupado em sanear suas contas do que em fazer novas dívidas", disse Newton Rosa, economista da Sul América Investimentos.
Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,11%, mas o Standard & Poor's 500 teve alta de 0,31%.
Apesar da instabilidade externa, o mercado acionário brasileiro terminou o dia com alta de 0,28% no Ibovespa, que manteve-se, pelo segundo dia, acima de 70 mil pontos -encerrou marcando 70.239.
Para Pedro Galdi, analista da corretora SLW, o volume alto de negócios na Bolsa mostra que o investidor estrangeiro iniciou o ano presente no mercado brasileiro. "As semanas de início de ano são sempre muito fracas. Mas continuou entrando investidor estrangeiro, dado esse volume", disse Galdi.

Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou o dia em alta de 0,64%, cotado a R$ 1,731, seguindo a apreciação internacional da moeda norte-americana, que chegou a subir 0,4% em relação ao euro.
Investidores seguem preocupados com o possível impacto de o Tesouro Nacional entrar no mercado de câmbio para comprar dólares para abastecer o Fundo Soberano.
"Com a possibilidade de o Tesouro comprar dólares, abre-se mais um "player". E você não sabe como esse "player" vai atuar. Isso está deixando o mercado nervoso e com um pé atrás. Mas ainda não é algo que cause tensão em particular", disse Rosa.


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