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São Paulo, quinta-feira, 06 de fevereiro de 2003

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VÍTIMAS DOS JUROS ALTOS

Pizzaria quebra com taxas bancárias altas

DA REPORTAGEM LOCAL

Laercio Buoro, 62, é dono de uma pizzaria em São Caetano do Sul há nove anos. Segundo ele, sua empresa, a Chopperia e Pizzaria Gallo's, vinha tendo bons resultados até 1998.
A partir desse ano, o movimento caiu e ele entrou no cheque especial. Buoro chegou a abrir contas em 18 bancos diferentes para poder sacar o dinheiro do cheque especial, pagando juros que variavam de 8% a 11% ao mês.
De acordo com ele, a dívida foi crescendo e não tinha mais como ser quitada. "Paguei R$ 100 mil de juros em 2000", afirma.
No ano seguinte, estava pagando aos bancos R$ 9.000 de juros por mês. Conseguiu, então, fazer um acordo com todos os bancos para transformar as dívidas que havia contraído em financiamento, ainda pagando juros mensais.
Pegou um empréstimo de R$ 22 mil com o banco Finasa, que deveria ser pago em 24 parcelas de R$ 2.000. No total, a dívida mais do que dobrou. Buoro afirma que pagou 13 prestações, mas depois não aguentou mais.
Hoje, está inadimplente com todos os bancos -para os quais deve cerca de R$ 220 mil- e não consegue mais pagar o aluguel do prédio onde fica a pizzaria. Buoro teve um título protestado pela Caixa Econômica Federal no valor de R$ 39 mil. Por causa disso, seu nome foi parar na lista "negra" dos serviços de proteção ao crédito e Buoro não pode mais tomar empréstimos. "Eu "empipinei" o nome da minha empresa, o meu nome e o nome do meu irmão [que é sócio na pizzaria]."


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