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Desemprego nos EUA fica abaixo de 10% em janeiro
Taxa é a menor desde agosto; país, no entanto, volta a cortar vagas em janeiro, ainda que em ritmo menor do que no mês anterior
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A taxa de desemprego dos
EUA recuou de 10% em dezembro para 9,7% em janeiro, aumentando as expectativas do
início de um processo de recuperação do mercado de trabalho do país. Ainda assim, o resultado traz sinais contraditórios: a taxa de desemprego atingiu o menor patamar desde
agosto, mas foram limados 20
mil postos de trabalho.
O ritmo de corte de vagas, no
entanto, foi bastante inferior
ao de dezembro, quando houve
uma redução de 150 mil postos
(resultado revisto; antes, o governo estimara 85 mil cortes).
A recuperação do mercado
de trabalho é considerada por
economistas e pelo governo como o fator-chave para a sustentabilidade da recuperação da
economia americana, que depende fortemente do consumo.
Após enfrentar a maior recessão desde a Grande Depressão, a economia americana voltou a crescer no segundo semestre do ano passado, mas o
mercado de trabalho não reagiu da mesma forma. Em seu
discurso sobre o Estado da
União, o mais importante do
calendário americano, o presidente dos EUA, Barack Obama,
elegeu a criação de vagas como
a maior prioridade do seu segundo ano de governo.
Desde então, Obama tem seguido em viagens para conversar com a população sobre propostas de estímulo à criação de
vagas nas pequenas empresas.
O governo já anunciou medidas
de auxílio ao crédito e estímulos fiscais para os pequenos
empresários contratarem.
Em janeiro, a indústria adicionou 11 mil vagas, o primeiro
crescimento mensal desde novembro de 2007. A melhora do
mercado de trabalho foi impulsionada, de modo geral, pela
contratação de 52 mil trabalhadores temporários. Desde outubro, foram criadas 247 mil
vagas desse tipo.
O comércio também ajudou a
criar vagas neste começo de
ano, com 42 mil postos, principalmente em redes de alimentação, vestuário e de mercadorias em geral. O governo federal
também contribuiu com a criação de 33 mil vagas. Já construção (-75 mil vagas) e transporte
e armazenamento (-19 mil)
continuaram a cortar vagas.
Desde o início da recessão,
em dezembro de 2007, a economia americana perdeu 8,4 milhões de empregos. Em janeiro,
o número dos que desistiram
de procurar trabalho chegou a
1,1 milhão. Em janeiro de 2009,
esse total era de 734 mil.
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