São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Desemprego nos EUA fica abaixo de 10% em janeiro

Taxa é a menor desde agosto; país, no entanto, volta a cortar vagas em janeiro, ainda que em ritmo menor do que no mês anterior

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A taxa de desemprego dos EUA recuou de 10% em dezembro para 9,7% em janeiro, aumentando as expectativas do início de um processo de recuperação do mercado de trabalho do país. Ainda assim, o resultado traz sinais contraditórios: a taxa de desemprego atingiu o menor patamar desde agosto, mas foram limados 20 mil postos de trabalho.
O ritmo de corte de vagas, no entanto, foi bastante inferior ao de dezembro, quando houve uma redução de 150 mil postos (resultado revisto; antes, o governo estimara 85 mil cortes).
A recuperação do mercado de trabalho é considerada por economistas e pelo governo como o fator-chave para a sustentabilidade da recuperação da economia americana, que depende fortemente do consumo.
Após enfrentar a maior recessão desde a Grande Depressão, a economia americana voltou a crescer no segundo semestre do ano passado, mas o mercado de trabalho não reagiu da mesma forma. Em seu discurso sobre o Estado da União, o mais importante do calendário americano, o presidente dos EUA, Barack Obama, elegeu a criação de vagas como a maior prioridade do seu segundo ano de governo.
Desde então, Obama tem seguido em viagens para conversar com a população sobre propostas de estímulo à criação de vagas nas pequenas empresas. O governo já anunciou medidas de auxílio ao crédito e estímulos fiscais para os pequenos empresários contratarem.
Em janeiro, a indústria adicionou 11 mil vagas, o primeiro crescimento mensal desde novembro de 2007. A melhora do mercado de trabalho foi impulsionada, de modo geral, pela contratação de 52 mil trabalhadores temporários. Desde outubro, foram criadas 247 mil vagas desse tipo.
O comércio também ajudou a criar vagas neste começo de ano, com 42 mil postos, principalmente em redes de alimentação, vestuário e de mercadorias em geral. O governo federal também contribuiu com a criação de 33 mil vagas. Já construção (-75 mil vagas) e transporte e armazenamento (-19 mil) continuaram a cortar vagas.
Desde o início da recessão, em dezembro de 2007, a economia americana perdeu 8,4 milhões de empregos. Em janeiro, o número dos que desistiram de procurar trabalho chegou a 1,1 milhão. Em janeiro de 2009, esse total era de 734 mil.


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