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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Analistas vêem exagero em nervosismo
O dia de ontem mostrou que
o mercado financeiro ainda deve manter-se nervoso por mais
um tempo, com muitas dúvidas
a respeito das perspectivas das
economias da China e dos Estados Unidos. Para a maioria dos
analistas, tudo leva a crer que o
Banco Central irá ser conservador na reunião do Copom desta
semana e baixar o juro em apenas 0,25 ponto percentual.
De acordo com especialistas,
a ansiedade do mercado se deve
a dois fatores. Em primeiro lugar, à turbulência na Bolsa de
Xangai, que ainda não conseguiu superar o abalo da semana
passada.
Além disso, se deve aos sinais
de crescimento da inadimplência no mercado de financiamento imobiliários nos Estados Unidos, principalmente
nos empréstimos dirigidos à
população de baixa renda. O temor é de que o problema reduza o crescimento econômico
dos EUA neste ano.
A grande dúvida é até que
ponto o Brasil será atingido por
esse "terremoto". Ontem, a Bovespa chegou a cair quase 3%. O
economista Sérgio Werlang,
ex-BC e atualmente diretor do
Itaú, usa como principal termômetro para avaliar o impacto da turbulência no Brasil o
comportamento dos preços das
commodities.
Em uma semana, as commodities caíram apenas 1%, o que é
uma variação muito pequena
para indicar sintoma de algum
problema mais grave. Dessa
forma, Werlang acha que, em
princípio, a atual turbulência
no mercado deve ter um impacto muito pequeno no Brasil.
O economista John Welch,
estrategista da América Latina
da Lehman Brothers, também
não acha que o Brasil sofrerá
um impacto muito grande com
a turbulência no mercado. Ele
também não crê em um crescimento mais baixo dos Estados
Unidos ou da China. "Há um
certo exagero nessa ansiedade
do mercado", diz.
Apesar de achar que o terremoto será passageiro, Welch
diz que a volatilidade nos mercados ainda deverá se manter
por alguns meses. "Isso não desaparece de um dia para o outro", afirmou. Otimista, ele diz
que o mercado imobiliário nos
Estados Unidos já começa a
mostrar sinais de recuperação,
e a inadimplência deverá cair.
Sobre o Brasil, aposta no conservadorismo do BC e na queda
de apenas 0,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom desta semana. Mesmo assim, ele acha que o país tem todas as condições de crescer 4%
este ano. "O Brasil está crescendo em um ritmo forte."
análise
Atividade industrial abre ano em alta
A maioria dos indicadores da indústria sugere que
a produção abriu o ano em
expansão. Sete dos nove
indicadores disponíveis
apontam alta da atividade
manufatureira de dezembro a janeiro, descontada a
sazonalidade.
A observação é da LCA,
que calcula que a produção industrial total tenha
sido 6,2% superior à de janeiro de 2006.
O setor automobilístico
segue aquecido. Segundo a
Anfavea, foram produzidos em janeiro cerca de
203 mil veículos.
O comércio exterior
também aponta alta na indústria. Segundo a Funcex, o quantum das exportações de bens manufaturados em janeiro foi 1,4%
superior ao de dezembro,
e o quantum das importações de matérias-primas
(exclusive combustíveis)
avançou 8,6%.
Os resultados oficiais
serão divulgados hoje.
BOLSA DE MULHER
Em comemoração do Dia
Internacional da Mulher, a
Caixa expedirá a emissão de
CPF gratuito para todas as
mulheres durante esta semana. As interessadas devem procurar uma das agências da Caixa para solicitar o
documento, emissão de segunda via ou a atualização
cadastral. A emissão será
isenta da cobrança de tarifa,
que é de R$ 5,50. É o quarto
ano em que o banco realiza a
ação, que atendeu cerca de
936 mil mulheres.
ENERGÉTICO
O volume consumido no
mercado livre de energia,
em 2006, cresceu 30% ante
2005, atingindo 9.991,38
MW médios, equivalentes a
19% do consumo do país. Segundo a Comerc Energia,
em 2006 os consumidores
desse mercado economizaram cerca de R$ 3,9 bilhões,
25,81% de redução de custo
se comparado às tarifas do
mercado cativo. Em dezembro, o custo médio do mercado livre foi cerca de
25,49% menor.
REVIRAVOLTA
Em uma reviravolta inesperada, ontem, Domingo Alzugaray, dono da Editora
Três, que publica a revista
"IstoÉ", recuou da decisão
de vender a empresa para
Daniel Dantas e voltou a
conversar com Nelson Tanure, dono do JB. Tanure fez
oferta para comprar 49% da
Três, mantendo 51% com
Alzugaray, que continuaria
no comando editorial. O
martelo está praticamente
batido com Tanure.
DO LESTE
Representantes da República de Kosovo visitarão,
amanhã, unidades da Vale
do Rio Doce em Minas Gerais para conhecer processos e tecnologias de operações de mineração de ferro
da empresa. Segundo representantes da comitiva, o país
é o mais rico do leste europeu em minério de ferro,
mas não tem tecnologia para
produzi-lo e transformá-lo
em riqueza econômica.
NO COPO
A Coca-Cola Brasil anuncia hoje a campanha Cada
Gota Vale a Pena. A companhia e seus 17 fabricantes no
país destinarão parcela das
vendas a projetos sociais.
EXPANSÃO PRÓPRIA
Em 2007, a Damyller, marca de jeans catarinense, prevê abertura de pelo menos seis novas lojas, a maioria delas em regiões onde ainda não possuía unidades. Na contramão das marcas que estruturam expansões, todos os
novos espaços da Damyller serão lojas próprias, e não
franquias. "Dessa maneira, conseguimos manter um controle total, desde a produção das peças até a venda. Acompanhamos todos os processos", diz Damylla Damiani, executiva responsável por novos produtos da marca e filha
de um dos quatro sócios. Fundada há 27 anos, a Damyller
tem hoje 54 lojas próprias, em 21 Estados, além da loja
em Saugus, nos EUA, e de um corner na Galeria Lafayette, em Paris. A empresa produz 140 mil peças por mês.
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