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Veículos puxam alta da indústria
Em relação a janeiro do ano passado, setor teve expansão de 8,5%, a maior alta do mês desde 2001
Estoques são repostos; Ipea diz que fatores positivos
de 2007 seguem em 2008, como expansão do
crédito e do rendimento
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionada pelo crescimento da produção de veículos
e pelo mercado interno, a indústria iniciou o ano com alta
de 1,8% em janeiro na comparação com dezembro. O resultado representa uma recuperação após dois meses seguidos
de queda na produção, com
perdas acumuladas de 2,8%.
Segundo Silvio Sales, coordenador de Indústria do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os resultados indicam que a indústria está aquecida neste início de ano,
com expansão em 19 dos 27 ramos pesquisados na comparação com dezembro.
Sales avalia que a expansão
pode estar relacionada à reposição de estoques.
A produção de veículos representou o principal impacto
positivo no crescimento de janeiro, com alta de 9%, puxado
sobretudo pelo mercado interno. O IBGE destaca que houve
aumento de 39,1% no licenciamento de veículos no país. As
exportações subiram 7,7%.
Em relação a janeiro de 2007,
a produção de veículos teve alta
de 23,8%, com aumento de 88%
dos produtos pesquisados.
Os fatores para o crescimento significativo em 2007 continuam presentes, "como a expansão do crédito, o crescimento da demanda com base
no aumento do emprego formal e do rendimento", diz Leonardo Mello de Carvalho, do
Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada).
Na comparação com janeiro
de 2007, a expansão da indústria foi de 8,5%. Segundo o Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial),
trata-se da maior alta em um
início de ano desde 2001.
Para Carvalho, a indústria
deve crescer um pouco menos
do que em 2007, quando teve
alta de 6%, mas deve ter um primeiro trimestre forte. Segundo
ele, um dos fatores que podem
afetar o comportamento do setor é um eventual excesso de
demanda. O economista estima
que será possível equilibrar os
indicadores de uso da capacidade instalada elevada com a maturação de investimentos.
De acordo com o IBGE, a categoria de bens de consumo duráveis (eletrodomésticos) e a de
bens intermediários (insumos
industriais) estão operando em
níveis máximos de produção.
Em janeiro, os bens de consumo duráveis tiveram alta de
5,4% em relação a dezembro, e
os intermediários, de 1,3%.
Para Sales, os dados de janeiro indicam que o perfil de crescimento da indústria pode passar a incluir uma dinâmica
maior dos bens intermediários,
categoria de maior peso, o que
poderia indicar uma antecipação da produção de bens finais
nos próximos meses. A expansão da indústria tem sido puxada por máquinas e equipamentos e bens duráveis.
A categoria de bens de capital
ficou estável em janeiro, após
uma queda de 0,2% em dezembro. Segundo o IBGE, o resultado representa uma acomodação. Em relação a janeiro do
ano passado, a produção de
bens de capital cresceu 14,7%,
mas nessa base de comparação
havia apresentado taxa de
19,9% no mês anterior.
O Iedi ressalta que as importações de máquinas e equipamentos cresceram 56,9% em
janeiro. Uma sugestão preliminar "é que pode estar ocorrendo uma mais veloz substituição
de produção interna por importações no caso desse setor",
informou em nota.
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