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Fluxo de dólares volta a ficar positivo
País inverte fuga de US$ 2,36 bi em janeiro e registra entrada líquida de US$ 3,25 bi no mês passado, segundo o BC
No primeiro bimestre, ingresso líquido de divisas ficou em apenas US$ 889 mi,
contra US$ 10,75 bi no mesmo período de 2007
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de um início de ano
negativo, o fluxo de dólares para o Brasil se recuperou e ficou
positivo em US$ 3,246 bilhões
no mês passado, segundo o
Banco Central. Isso significa
que o capital externo que entrou no país -via exportações,
empréstimos e investimentos
estrangeiros- superou as remessas feitas em fevereiro.
Os números mostram que a
situação do mercado hoje é
bem menos favorável do que
era no começo de 2007. Entre
janeiro e fevereiro, o ingresso
líquido de divisas no país ficou
em US$ 889 milhões, ante US$
10,747 bilhões no primeiro bimestre do ano passado.
Por outro lado, o resultado
das últimas semanas tem sido
mais positivo. Em janeiro, o fluxo havia ficado negativo em
US$ 2,357 bilhões, sendo que o
déficit teria sido de US$ 6,530
bilhões se fossem consideradas
só as chamadas operações financeiras -que incluem investimentos em Bolsa e empréstimos concedidos por bancos estrangeiros, entre outros itens.
No mês passado, a situação
foi um pouco diferente, pois
mesmo nas operações financeiras o saldo foi positivo, apesar
de pequeno. Nesse segmento,
foi registrada uma entrada líquida de US$ 581 milhões. Outros US$ 2,665 bilhões vieram
do comércio exterior.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings,
o ingresso de capital externo
explica a recente queda do dólar, hoje negociado a menos de
R$ 1,70. "Com o cenário de queda dos juros nos EUA, o capital
migra para outros mercados,
tanto pelas taxas [de juros] elevadas como pelas oportunidades que o mercado acionário
brasileiro oferece."
Por causa dos riscos de recessão trazidos pelo agravamento
de uma crise no setor imobiliário, os juros norte-americanos
foram reduzidos de 5,25% ao
ano, no final de 2007, para os
atuais 3%. Com isso, o rendimento dos papéis emitidos pelo
governo dos EUA diminui, e os
investidores passam a buscar
opções mais rentáveis.
No Brasil, os juros, de 11,25%
ao ano, mantém-se entre os
maiores do mundo, atraindo
aplicadores estrangeiros interessados nos títulos do Tesouro
e, conseqüentemente, abastecendo o mercado de dólares.
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