São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Fluxo de dólares volta a ficar positivo

País inverte fuga de US$ 2,36 bi em janeiro e registra entrada líquida de US$ 3,25 bi no mês passado, segundo o BC

No primeiro bimestre, ingresso líquido de divisas ficou em apenas US$ 889 mi, contra US$ 10,75 bi no mesmo período de 2007

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de um início de ano negativo, o fluxo de dólares para o Brasil se recuperou e ficou positivo em US$ 3,246 bilhões no mês passado, segundo o Banco Central. Isso significa que o capital externo que entrou no país -via exportações, empréstimos e investimentos estrangeiros- superou as remessas feitas em fevereiro.
Os números mostram que a situação do mercado hoje é bem menos favorável do que era no começo de 2007. Entre janeiro e fevereiro, o ingresso líquido de divisas no país ficou em US$ 889 milhões, ante US$ 10,747 bilhões no primeiro bimestre do ano passado.
Por outro lado, o resultado das últimas semanas tem sido mais positivo. Em janeiro, o fluxo havia ficado negativo em US$ 2,357 bilhões, sendo que o déficit teria sido de US$ 6,530 bilhões se fossem consideradas só as chamadas operações financeiras -que incluem investimentos em Bolsa e empréstimos concedidos por bancos estrangeiros, entre outros itens.
No mês passado, a situação foi um pouco diferente, pois mesmo nas operações financeiras o saldo foi positivo, apesar de pequeno. Nesse segmento, foi registrada uma entrada líquida de US$ 581 milhões. Outros US$ 2,665 bilhões vieram do comércio exterior.
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, o ingresso de capital externo explica a recente queda do dólar, hoje negociado a menos de R$ 1,70. "Com o cenário de queda dos juros nos EUA, o capital migra para outros mercados, tanto pelas taxas [de juros] elevadas como pelas oportunidades que o mercado acionário brasileiro oferece."
Por causa dos riscos de recessão trazidos pelo agravamento de uma crise no setor imobiliário, os juros norte-americanos foram reduzidos de 5,25% ao ano, no final de 2007, para os atuais 3%. Com isso, o rendimento dos papéis emitidos pelo governo dos EUA diminui, e os investidores passam a buscar opções mais rentáveis.
No Brasil, os juros, de 11,25% ao ano, mantém-se entre os maiores do mundo, atraindo aplicadores estrangeiros interessados nos títulos do Tesouro e, conseqüentemente, abastecendo o mercado de dólares.


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