São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Bolsa sobe 1,53% e volta a acumular ganhos no ano

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do sobe-e-desce das Bolsas americanas durante o dia, o clima no mercado financeiro brasileiro ontem foi de tranqüilidade, inspirado principalmente pelas expectativas de manutenção da taxa Selic e de mais cortes de juros nos EUA. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta de 1,53%. Dessa forma, voltou a apresentar elevação acumulada no ano, de 1,16%. O dólar comercial recuou 0,88%, vendido a R$ 1,671.
O forte crescimento de 1,8% da produção industrial brasileira, divulgado pelo IBGE de manhã, também animou os investidores. Menos dependente das vendas para os norte-americanos e mais voltados aos consumidores locais, o desempenho do setor alimenta previsões otimistas sobre a economia do país em 2008.
Continuando os juros no Brasil no nível atual e o Fed (Federal Reserve, banco central americano) voltando a baixar a sua taxa básica diante das possibilidades de recessão, os ativos financeiros locais parecem cada vez mais, aos olhos dos grandes investidores internacionais, uma opção atraente.
A entrada desses recursos no mercado é que explica a trajetória de baixa do dólar ante o real e contribui para o bom desempenho da Bolsa. Em fevereiro, o saldo de investimento estrangeiro na Bovespa ficou positivo em R$ 865,398 milhões, resultado de compras de ações de R$ 40,696 bilhões e vendas de R$ 39,831 bilhões. Do volume total negociado no mês passado, a fatia dos estrangeiros ficou em 34,66%; os investidores institucionais tiveram 28,95%; as pessoas físicas, 25,48%.

Petróleo
Com a decisão da Opep de não aumentar a produção de petróleo e a disparada do preço do barril, que atingiu o recorde histórico de US$ 104, as ações da Petrobras exibiram forte valorização e ajudaram a Bovespa a avançar na quarta-feira. Os papéis PN (preferenciais), que apresentam maior liquidez, tiveram ganhos de 2,47%.
As ações da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), cujo leilão pelo governo paulista está marcado para o próximo dia 26, subiram 0,41%. A empresa informou anteontem ter revertido o prejuízo de R$ 118,37 milhões em 2006 em um lucro líquido de R$ 178,59 milhões no ano passado.
Dessa forma, o mau humor em Wall Street não afetou os negócios no mercado brasileiro. Logo cedo saíram os números a respeito do setor de serviços nos Estados Unidos, que apontaram uma desaceleração, mas não tão grave como a esperada. À tarde, o Fed divulgou o seu livro bege, manifestando preocupação com a inflação e apontando desaceleração da atividade. A Bolsa de Valores de Nova York e a Nasdaq (de empresas de tecnologia) hesitaram com esses dados, chegaram a recuar, mas terminaram o expediente em alta de 0,34% e 0,55%, respectivamente.


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