São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

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Documento do BC dos EUA vê desaceleração

DA REDAÇÃO

A economia americana se desacelerou neste começo de ano e aumentaram as pressões inflacionárias, especialmente nos preços das matérias-primas e de energia, segundo o livro bege -a compilação de dados econômicos feita pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
De acordo com o relatório, que leva em conta dados até 25 de fevereiro, os consumidores estão mais cautelosos devido aos problemas no mercado imobiliário e ao aperto no crédito. Os gastos do consumidor respondem por cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano, que cresceu apenas 0,6% no quarto trimestre de 2007.
Um dos setores que está sentindo os efeitos é o varejista. "Os relatos sobre gastos no varejo estão em grande parte pessimistas", afirma o documento que será usado pelo comitê de política monetária do Fed na reunião do dia 18. A expectativa é a de que, no encontro, o BC americano aprove uma nova redução na taxa de juros.
O problema, porém, não ficou restrito ao varejo. A maior parte dos setores analisados pelas 12 divisões regionais BC americano apresentou resultados ruins: os mercados imobiliários residencial e comercial permanecem fracos, aumento no aperto do crédito, demanda fraca por empréstimos, diminuição no ritmo de contratação de trabalhadores.
"Dois terços das divisões informaram abrandamento ou enfraquecimento no ritmo da atividade dos negócios, enquanto os demais falaram em crescimento baixo, lento ou modesto", diz o documento do banco central americano.
Os dados divulgados ontem sobre a economia dos EUA voltaram a preocupar. As encomendas à indústria, por exemplo, retrocederam 2,5% em janeiro, a primeira queda no índice em cinco meses -em dezembro, ele registrou avanço de 2%. A queda é um sinal de que as empresas estão reduzindo os seus investimentos, refletindo a queda nos gastos pelos consumidores americanos.
O índice de produtividade do trabalhador cresceu 1,9% nos três últimos meses do ano passado, com as empresas reduzindo o número de horas trabalhadas pelos funcionários para diminuir os gastos. No terceiro trimestre de 2007, a produtividade havia aumentado 6,3%.
O índice do setor de serviços nos EUA aumentou no mês passado em relação a janeiro e, apesar de ainda apontar contração, foi considerado um dos dados positivos do dia. De acordo com o instituto privado ISM, em fevereiro, o índice ficou em 49,3 pontos, ante 44,6 pontos no mês anterior. Ele varia de 0 a 100 pontos, e resultados abaixo de 50 pontos apontam retração no setor.


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