São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Petróleo tem novo recorde com queda nos estoques

Produto supera o patamar de 28 anos de fechamento

DA REDAÇÃO

A queda nos estoques americanos e a decisão da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de não aumentar a produção levaram o petróleo a bater novo recorde ontem. O produto fechou com um preço superior ao de abril de 1980, que era considerada, por alguns analistas, a maior cotação da commodity.
Os dados semanais do Departamento de Energia dos Estados Unidos mostraram queda de 3,1 milhões de barris nos estoques do país. E a Opep, como já era esperado, decidiu, após reunião em Viena (Áustria), manter a sua produção. Nos últimos dias, vários representantes do cartel responsável por cerca de 40% da produção mundial disseram que não pretendiam elevá-la -e alguns falaram em novo corte.
O governo dos EUA estava pressionando a entidade para que aumentasse a sua produção, em um momento em que a economia americana enfrenta forte pressão inflacionária, puxada pelos preços de energia.
Ontem, o barril terminou o pregão em Nova York cotado a US$ 104,52, aumento de 5,02% em relação ao dia anterior, quando estava abaixo dos US$ 100. Em Londres, ele se valorizou em 4,22% e finalizou o dia valendo US$ 101,64.
Com o novo aumento, a cotação do barril ultrapassou os US$ 103,76 de abril de 1980 em termos atualizados, que, segundo alguns analistas, era seu maior valor até então. Na segunda, o produto ultrapassou esse valor, mas recuou durante o pregão e terminou a sessão cotado a US$ US$ 102,45.
A comparação, no entanto, é complicada. A Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York) só começou a negociar os contratos futuros de petróleo em 1983. O cálculo hoje é feito com a média dos preços mensais segundo as companhias petrolíferas da época. Dependendo do índice de inflação usado, o recorde fica entre US$ 94 e US$ 104.
O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que os americanos precisam "se livrar do petróleo" e voltou a apoiar o álcool. "Deveria ser óbvio para todos nós, a demanda [por petróleo] ultrapassou a oferta, o que faz os preços subirem."
A produção de álcool americana chegou a 6,4 bilhões de galões em 2007, segundo Bush. "Isso é bom se você é produtor de milho [base do álcool dos EUA] e se você está preocupado com a segurança do milho."
Ele elogiou o uso de combustível à base de óleo de coco e babaçu em um avião da Virgin. "Eu nunca vi um babaçu, mas é espantoso que ele ajudou a prover energia a um avião do tamanho de um [Boeing] 747."


Texto Anterior: Bancos discutem código bancário em reunião no Rio
Próximo Texto: Crime financeiro: País atrai lavagem de dinheiro, afirma-ex-preso
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.