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Brasil vai criar seu próprio Eximbank
Banco será a grande novidade do pacote pró-exportador, segundo o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge
Para o ministro, pacote poderá ajudar o Brasil a, pelo menos, repetir os
US$ 180 bi obtidos com as exportações no ano passado
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Miguel Jorge, confirmou ontem, em São Paulo, que
a principal medida do novo pacote de apoio aos exportadores
será a criação da versão nacional do Eximbank, sigla em inglês para Export-Import Bank
-cuja finalidade é financiar o
comércio exterior do país.
"Há um Eximbank nas medidas [do pacote de incentivo às
exportações]. Vai ser contemplado, vai sair. Até porque esse
é um pedido do próprio presidente Lula", disse o ministro,
em coletiva de imprensa após a
assinatura de um contrato de
financiamento no valor de R$
1,2 bilhão entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a
Mercedes-Benz do Brasil.
Os Eximbanks existentes hoje em vários países, como Estados Unidos e Japão, são instituições oficiais dos governos
orientadas ao apoio de exportadores locais nas transações
com importadores. O banco,
além de viabilizar operações
estruturadas de financiamento
de exportações, assume como
instituição financeira o risco do
país importador.
O mecanismo é muito útil em
momentos de restrição de crédito, como o enfrentado pelo
mundo entre o fim de 2008 e
todo o ano passado. Essa tarefa
de fomentar as exportações, como uma instituição oficial, tende a reduzir a dependência das
empresas exportadoras às oscilações de humor do mercado
(bancos privados) de crédito
para exportação. O Brasil enfrentou esse problema na crise
financeira de 2008/9.
O ministro não informou
quem irá administrar o banco
de fomento ao exportador -se
o próprio BNDES ou o Banco
do Brasil, hoje o grande financiador das exportações.
Sobre o conjunto de medidas
aos exportadores, Jorge explicou que elas poderão ser anunciadas até o fim deste mês. Antes, a lista de medidas será
apresentada ao presidente Lula. Segundo ele, o pacote poderá
ajudar o Brasil a, pelo menos,
repetir o resultado das exportações de US$ 180 bilhões alcançado em 2009.
"Caso não tenhamos as medidas de apoio às exportações,
as metas serão menores. Mas,
com apoio, acredito que as metas serão melhores. Gostaríamos, apesar de todas as dificuldades do comércio internacional, de, no mínimo, repetir os
US$ 180 bilhões de exportações
de 2009", afirma.
A meta mais ousada, mas que
vai depender da reação da economia mundial, é recuperar o
nível de 2008, quando o país
exportou o equivalente a US$
200 bilhões.
Congresso descartado
Para fugir da trava legislativa,
os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior e da Fazenda vão evitar qualquer medida no pacote
de apoio aos exportadores que
dependa do Congresso.
O descarte do Congresso não
tem motivações apenas eleitorais. O governo quer evitar a paralisia do Legislativo brasileiro.
"[O pacote] não depende [do
Congresso], exatamente pelas
dificuldades. Independentemente de ser período eleitoral
ou não, há dificuldade. Nós procuramos fazer tudo na área infralegal", disse Jorge.
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