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PREÇOS
Da taxa de 0,14% registrada no mês passado, somente gasolina e álcool contribuíram com 0,17 ponto, segundo a Fipe
Combustíveis caros impedem deflação em SP
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE
O avanço dos preços dos combustíveis impediu que a cidade de
São Paulo encerrasse março com
deflação. O IPC (Índice de Preços
ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apresentou inflação de
0,14% no mês passado.
Da taxa registrada em março,
gasolina e álcool contribuíram
com 0,17 ponto percentual. Ou seja, se não fossem as pressões desses dois itens, o IPC da Fipe teria
fechado o mês com deflação de
0,03%, a mesma de fevereiro.
"Os combustíveis estão pressionando a inflação desde o final do
ano passado. Primeiro, por conta
do reajuste da gasolina, depois,
devido à alta do preço do álcool",
afirmou Paulo Picchetti, coordenador da pesquisa de preços da
Fipe.
Em março, a gasolina ficou, em
média, 3,75% mais cara em São
Paulo; o álcool subiu 13,61%.
Apesar desde comportamento
nos preços dos combustíveis, o
economista avalia que o primeiro
trimestre deste ano "foi excepcionalmente melhor do que o mesmo período do ano passado".
O IPC de janeiro a março deste
ano ficou em 0,62%, contra 1,72%
em igual período de 2005. Vale
destacar que no ano passado a inflação em São Paulo foi impulsionada pelo reajuste da tarifa de
ônibus municipal.
Em 12 meses, até março último,
o índice acumula alta de 3,40%,
menor taxa nesse tipo de comparação desde agosto de 1999 -ano
da mudança cambial e da implantação das metas de inflação-,
quando registrou alta de 3,15%.
Segundo semestre pior
As perspectivas para o segundo
semestre, entretanto, não são
muito animadoras. Na previsão
de Picchetti, haverá uma piora em
relação a igual período do ano
passado devido aos reajustes dos
preços administrados, principalmente telefonia e energia elétrica,
que agora terão como indexador
o IST (Índice de Serviços de Telecomunicações).
"É um índice cujo comportamento a gente ainda não conhece", disse Picchetti. Além disso, o
economista ressalta que as variações do IST estão superando o
IGP-DI (Índice Geral de Preços
-Disponibilidade Interna), da
Fundação Getulio Vargas, que era
utilizado para o cálculo do reajuste das telecomunicações até dezembro do ano passado.
O IST é calculado com base em
uma cesta de componentes das
despesas das operadoras de telefonia pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
em parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Abril
Algumas incógnitas dificultam
a previsão de inflação para este
mês. Uma delas é o movimento
dos preços dos alimentos, que são
bastante voláteis, mas no mês
passado limitaram o avanço da
inflação ao apontarem queda média de 0,46%.
Outra é o comportamento do
álcool. "Todo o movimento recente é por conta da alta do álcool,
que pode ser resolvida com a antecipação da moagem da safra de
cana-de-açúcar. Se a safra for forte e os preços caírem, pode haver
deflação neste mês. Mas tudo vai
depender também do comportamento dos alimentos."
O economista da Fipe projeta
inicialmente aumento de 0,10%
para este mês. Nessa estimativa,
ele leva em conta basicamente a
possibilidade do reajuste dos remédios, autorizado no final de
março pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
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