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Indústria dos EUA vem ao país discutir tarifas
FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 15 representantes da NAM (National Association of Manufacturers), a
maior entidade industrial
dos EUA, estarão em São
Paulo na semana que vem
para negociar com empresários brasileiros eventuais reduções de tarifa de importação para acesso aos mercados dos dois países.
As conversas estão sendo
conduzidas pela Fiesp (Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) e devem contemplar 15 setores
(entre eles, máquinas, têxtil,
madeira, químico, papel e celulose, siderurgia, metais,
autopeças e vidros).
Um dos objetivos é tentar
avançar, no campo empresarial, nas atuais negociações
da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Para ter maior acesso aos
mercados agrícolas americano e europeu, o Brasil já propôs a queda da tarifa máxima
de importação para bens industriais dessas regiões de
35% para 16,15%. A tarifa
média ficaria em 14,68%.
Os americanos querem redução maior, em que a tarifa
média poderia cair a 9,79%.
Segundo Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da
área de Comércio Exterior
da Fiesp, o objetivo é identificar setores que poderiam ir
além do que o Brasil já oferece em termos de acesso ao
mercado nacional.
Para Frank Vargo, representante da área internacional da NAM, as conversas
servirão "para ver se realmente as visões entre Brasil
e EUA são tão diferentes
quanto se pensa".
As negociações ocorrem
somente entre Fiesp e NAM,
sem que outras entidades
empresariais, como CNI
(Confederação Nacional da
Indústria), ou representantes do Itamaraty ou do Ministério do Desenvolvimento participem.
Na prática, outros países
envolvidos nas negociações
da OMC, como China e Índia, teriam de concordar com
as eventuais iniciativas que
Fiesp e NAM acordarem. Assim como o Itamaraty.
Segundo a Folha apurou
Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty irá
"agir" quando souber do resultado dessas conversas e se
elas produzirem alguma proposta concreta. "Agir" não
significa, necessariamente,
recusar ou concordar.
Soraya Rosar, gerente-executiva da área de negociação internacional da CNI,
que representa 160 setores,
associações e empresas envolvidas, afirma que não tomou conhecimento das negociações Fiesp-NAM.
Mas ela admite que poderia haver, até o fim das negociações, "mudanças" na proposta atual de baixar a tarifa
máxima aplicada a 16,15%.
Rafael Cervone, presidente do Sinditêxtil-SP, diz que
um dos objetivos do "diálogo
setorial" entre Fiesp e NAM
é, eventualmente, chegar a
acordos "setor-setor" entre
Brasil e EUA, fora do âmbito
da OMC.
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