São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2007

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Indústria dos EUA vem ao país discutir tarifas

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Cerca de 15 representantes da NAM (National Association of Manufacturers), a maior entidade industrial dos EUA, estarão em São Paulo na semana que vem para negociar com empresários brasileiros eventuais reduções de tarifa de importação para acesso aos mercados dos dois países.
As conversas estão sendo conduzidas pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e devem contemplar 15 setores (entre eles, máquinas, têxtil, madeira, químico, papel e celulose, siderurgia, metais, autopeças e vidros).
Um dos objetivos é tentar avançar, no campo empresarial, nas atuais negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Para ter maior acesso aos mercados agrícolas americano e europeu, o Brasil já propôs a queda da tarifa máxima de importação para bens industriais dessas regiões de 35% para 16,15%. A tarifa média ficaria em 14,68%.
Os americanos querem redução maior, em que a tarifa média poderia cair a 9,79%.
Segundo Roberto Giannetti da Fonseca, diretor da área de Comércio Exterior da Fiesp, o objetivo é identificar setores que poderiam ir além do que o Brasil já oferece em termos de acesso ao mercado nacional.
Para Frank Vargo, representante da área internacional da NAM, as conversas servirão "para ver se realmente as visões entre Brasil e EUA são tão diferentes quanto se pensa".
As negociações ocorrem somente entre Fiesp e NAM, sem que outras entidades empresariais, como CNI (Confederação Nacional da Indústria), ou representantes do Itamaraty ou do Ministério do Desenvolvimento participem.
Na prática, outros países envolvidos nas negociações da OMC, como China e Índia, teriam de concordar com as eventuais iniciativas que Fiesp e NAM acordarem. Assim como o Itamaraty.
Segundo a Folha apurou Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty irá "agir" quando souber do resultado dessas conversas e se elas produzirem alguma proposta concreta. "Agir" não significa, necessariamente, recusar ou concordar.
Soraya Rosar, gerente-executiva da área de negociação internacional da CNI, que representa 160 setores, associações e empresas envolvidas, afirma que não tomou conhecimento das negociações Fiesp-NAM.
Mas ela admite que poderia haver, até o fim das negociações, "mudanças" na proposta atual de baixar a tarifa máxima aplicada a 16,15%.
Rafael Cervone, presidente do Sinditêxtil-SP, diz que um dos objetivos do "diálogo setorial" entre Fiesp e NAM é, eventualmente, chegar a acordos "setor-setor" entre Brasil e EUA, fora do âmbito da OMC.


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