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TAM retoma mercado em março e Gol recua
As menores OceanAir e BRA perdem participação nos vôos domésticos ante fevereiro, segundo números da Anac
Na avaliação de especialistas, apagão aéreo fez o crescimento da demanda de passageiros
ser menor no mês passado
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma reviravolta, a TAM
recuperou o mercado perdido
entre o final de 2006 e o começo deste ano e chegou, em março, a 51,72% dos vôos domésticos, um aumento de 4,3 pontos
percentuais em relação a fevereiro. Já a Gol, que tinha 40,2%
no mês retrasado, caiu para
36,5% do mercado em março.
Esse é o cenário mostrado
por dados divulgados ontem
pela Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil), que regula o setor aéreo. De dezembro do ano
passado a fevereiro, a Gol vinha
ganhando espaço com rapidez
nos vôos domésticos, enquanto
a TAM, abalada pela crise que
enfrentou no Natal de 2006,
perdeu participação.
Esse movimento se interrompeu no mês passado, com o
início da baixa temporada.
Nos últimos meses, a Gol
vem aumentando sua oferta de
forma agressiva e concentrada,
e a demanda vinha crescendo
na mesma proporção. Em março, a companhia aérea ofereceu
46,8% mais assentos do que o
mesmo mês do ano passado,
mas a demanda de passageiros
subiu menos: 33,2%.
Com isso, seus aviões decolaram com, em média, 62% dos
assentos ocupados em março.
"É uma taxa de ocupação baixa,
principalmente para a Gol, que
geralmente tem mais de 70%
dos assentos ocupados", avalia
Mel Marques Fernandes, analista especializada em aviação
da Brascan Corretora.
Na avaliação de Fernandes, o
recente apagão aéreo já está
afetando a demanda. Em janeiro deste ano, o crescimento em
relação ao mesmo mês de 2006
foi de 12,4%; em fevereiro, de
16,1%, e, no mês passado, de
8,9%. "Acredito que a demanda
poderia estar crescendo mais
do que está. O crescimento está
desacelerando", afirma.
As aéreas menores perderam
mercado. A BRA caiu de 2,9%
para 2,8%, e a OceanAir, de 2%
para 1,6%. A Varig, que na semana passada foi comprada pela Gol, manteve-se em 4,5%. "O
cenário está cada vez pior para
as pequenas companhias", afirma Paulo Bittencourt Sampaio,
consultor especializado.
A participação somada de
Gol e Varig e da TAM é de
92,7%, o que reforça críticas de
um "duopólio" de TAM e Gol.
Varig
Guilherme Laager, que era
presidente da Varig, afirmou
ontem que está fora da companhia. "Sempre fui da VarigLog,
que controlava a Varig. A Varig
foi vendida para a Gol e eu continuou na VarigLog", disse.
Segundo a Gol, o presidente
da companhia será definido nas
próximas semanas. De qualquer forma, será uma nomeação apenas burocrática, já que
há uma exigência legal que a
companhia tenha um presidente: na prática, a gestão da empresa será do presidente da Gol,
Constantino Júnior.
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