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Bancos enfrentam a pior crise em 30 anos, diz relatório
De acordo com a análise do Morgan Stanley, mercados passam por "uma profunda mudança cíclica e estrutural"
Receita das áreas de crédito das instituições financeiras pode recuar por volta de 60%, aponta equipe de especialistas econômicos
DA BLOOMBERG
A crise nos mercados de crédito é o risco mais sério para os
bancos de investimento nos últimos 30 anos, superando a Segunda-Feira Negra de 1987, a
crise das moedas asiáticas e o
estouro da bolha das empresas
de tecnologia, disseram o Morgan Stanley e a Oliver Wyman
em relatório conjunto.
A receita da divisão de banco
de investimento poderá diminuir 20% em 2008 antes do registro de US$ 75 bilhões em
baixas contábeis adicionais,
disseram em nota enviada aos
clientes pelos analistas coordenados por Huw van Steenis.
Seis trimestres de lucros terão sido eliminados por baixas
contábeis e pela queda da receita até o final deste mês.
Segundo o relatório, a crise
rivaliza com o colapso do mercado de bônus de alto risco
-"junk"-, do fim da década de
1980, que fechou a Drexel Burnham Lambert.
"Os mercados mundiais de
valores mobiliários estão no
meio de uma profunda mudança cíclica e estrutural."
A receita dos bancos proveniente de suas divisões de crédito poderá recuar cerca de
60%, disseram os analistas. As
instituições terão de proporcionar mais transparência aos
investidores que adquirirem
seus empréstimos. Ao mesmo
tempo, as autoridades reguladoras farão pressão para que o
setor mantenha um volume
maior de capital em seus cofres
como forma de proteção, o que
prejudicará o retorno sobre o
patrimônio no longo prazo,
acrescentou o grupo.
Duração da crise
No total, a crise poderá durar
de oito a dez trimestres, ultrapassando o período de seis trimestres da crise da Ásia e o socorro financeiro à LTCM, em
1997/98, e os efeitos, sentidos
durante sete trimestres, do estouro da bolha das empresas
ponto-com, informou o relatório.
A receita do setor de bancos
de investimento também se estagnou após o ritmo de IPOs
(ofertas públicas iniciais de
ações) ter recuado no primeiro
trimestre de 2008.
As baixas contábeis e os prejuízos relativos aos ativos contaminados pelos empréstimos
imobiliários de alto risco ("subprime") já custaram às maiores
instituições financeiras mundiais cerca de US$ 230 bilhões
desde o início de 2007.
Os bancos também consideram que seu custo de capital está aumentando em relação a
outras empresas com classificação de crédito recomendável
para investimento, num momento em que as fontes tradicionais de recursos, como os
SIVs (veículos de investimento
estruturado), retiram-se do
mercado, segundo o relatório.
Os bancos também estão tendo
dificuldades para se livrar de
empréstimos, o que torna suas
taxas de alavancagem altas.
"As empresas com fontes variadas de financiamento -com
os depósitos no varejo e no atacado ajudando claramente- e
um campo de atuação diversificado terão vantagem para obter
recursos nos próximos anos",
escreveram os analistas. "Isso
pode gerar uma reavaliação
substancial nos modelos de negócios com o passar do tempo."
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