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Indústria ceramista diz que pode utilizar óleo
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria do polo ceramista
de Santa Gertrudes (SP), responsável pela produção de 57%
de todo piso e revestimento
produzido no país, enfrenta
grave crise.
O reajuste acumulado, em
São Paulo, de 60,7% no preço
do principal insumo do setor
começa a fazer suas vítimas.
Das 36 indústrias do polo, 4 pararam. A informação é do presidente da Associação Paulista
das Cerâmicas de Revestimento, João Oscar Bergstron.
"Os aumentos feitos em São
Paulo transferiram, do setor
cerâmico para as distribuidoras
e para a Petrobras, R$ 237 milhões. Esse valor não repassamos para os preços em razão da
queda de demanda", afirma
Bergstron. Em sete anos, o preço do insumo para o setor foi
reajustado em 165,12%. No período, o IGP-M acumulado foi
de 89,68%, e o IPCA foi de
58,77%.
Consumidora de gás natural
há 21 anos, a Owens-Illinois está em uma encruzilhada. A decisão mundial de usar o gás como estratégia pode ser atropelada pela política de preços no
Brasil. A empresa perdeu competitividade nas exportações e
já pensa em dotar dois fornos
de equipamentos para óleo
combustível.
"O preço do gás não foi o único responsável pela queda nas
exportações, mas a competitividade internacional foi perdida", afirma Tomás Vio, diretor
encarregado de fechar os contratos de suprimento de energia para as plantas no Brasil.
Ameaça
A atual política de preços do
gás natural pode inviabilizar
investimento de US$ 1,5 bilhão
na montagem de uma nova fábrica de fertilizantes em Uberaba (MG). De acordo com Luís
Antônio da Veiga Mesquita, diretor de suprimento e logística
da Fosfertil, a atual política de
preços do gás natural inviabiliza completamente a construção de uma unidade para produção de 1 milhão de toneladas
de fertilizantes nitrogenados.
Hoje, a Fosfertil produz 200
mil toneladas e importa o restante. Logo após o reajuste do
preço do gás no fim do ano passado em São Paulo, a empresa
chegou a reduzir a produção
em Cubatão (SP) e ampliou as
importações. Segundo Mesquita, era mais barato.
Atualmente, a unidade consome 650 mil metros cúbicos
por dia de gás e tem planos de
consumir 2,5 milhões de metros cúbicos diários a partir de
2013 com a nova fábrica.
(AB)
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