São Paulo, segunda-feira, 06 de abril de 2009

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Indústria ceramista diz que pode utilizar óleo

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria do polo ceramista de Santa Gertrudes (SP), responsável pela produção de 57% de todo piso e revestimento produzido no país, enfrenta grave crise.
O reajuste acumulado, em São Paulo, de 60,7% no preço do principal insumo do setor começa a fazer suas vítimas. Das 36 indústrias do polo, 4 pararam. A informação é do presidente da Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento, João Oscar Bergstron.
"Os aumentos feitos em São Paulo transferiram, do setor cerâmico para as distribuidoras e para a Petrobras, R$ 237 milhões. Esse valor não repassamos para os preços em razão da queda de demanda", afirma Bergstron. Em sete anos, o preço do insumo para o setor foi reajustado em 165,12%. No período, o IGP-M acumulado foi de 89,68%, e o IPCA foi de 58,77%.
Consumidora de gás natural há 21 anos, a Owens-Illinois está em uma encruzilhada. A decisão mundial de usar o gás como estratégia pode ser atropelada pela política de preços no Brasil. A empresa perdeu competitividade nas exportações e já pensa em dotar dois fornos de equipamentos para óleo combustível.
"O preço do gás não foi o único responsável pela queda nas exportações, mas a competitividade internacional foi perdida", afirma Tomás Vio, diretor encarregado de fechar os contratos de suprimento de energia para as plantas no Brasil.

Ameaça
A atual política de preços do gás natural pode inviabilizar investimento de US$ 1,5 bilhão na montagem de uma nova fábrica de fertilizantes em Uberaba (MG). De acordo com Luís Antônio da Veiga Mesquita, diretor de suprimento e logística da Fosfertil, a atual política de preços do gás natural inviabiliza completamente a construção de uma unidade para produção de 1 milhão de toneladas de fertilizantes nitrogenados.
Hoje, a Fosfertil produz 200 mil toneladas e importa o restante. Logo após o reajuste do preço do gás no fim do ano passado em São Paulo, a empresa chegou a reduzir a produção em Cubatão (SP) e ampliou as importações. Segundo Mesquita, era mais barato.
Atualmente, a unidade consome 650 mil metros cúbicos por dia de gás e tem planos de consumir 2,5 milhões de metros cúbicos diários a partir de 2013 com a nova fábrica. (AB)


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