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Mercado defende redução da dívida atrelada à moeda norte-americana
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
É cada vez mais forte, no mercado, a defesa de que o governo deve começar a reduzir a parcela da
sua dívida atrelada ao câmbio,
que hoje representa 34,7% do total. Além de melhorar o perfil do
endividamento público -diminuindo os riscos associados a
choques externos- essa medida
ajudaria a evitar que o real continue se apreciando. Pelo menos,
no curto prazo.
Para Luis Fernando Lopes, economista-chefe do JP Morgan, há
recursos de curto prazo que têm
entrado no país em busca de ganhos com as operações de "swap"
cambial oferecidas pelo governo:
"Se as rolagens de "swap" diminuíssem, esse fluxo também cairia. Isso não é intervenção, é uma
forma de estabelecer um parâmetro para a flutuação da moeda."
John Welch, economista-chefe
para a América Latina do WestLB
em Nova York, concorda que, se o
governo parar de renovar sua dívida em forma de "swaps" cambiais, não estará intervindo no
mercado. Muito pelo contrário.
Para ele, a rolagem continuada
dessas operações representa a
continuação de uma intervenção
iniciada pelo governo anterior,
que tentou conter a desvalorização do real oferecendo esses
"swaps" ao mercado em 2002.
"Emitir "swaps" em dólar é uma
intervenção. Retirá-los do mercado é na verdade uma "não-intervenção". O governo precisa começar a reduzir essa dívida para melhorar seu perfil de endividamento", diz o economista.
Mas Welch afirma que, assim
como as emissões de "swap" cambial não contribuíram muito para
a queda do dólar no ano passado,
sua suspensão agora também teria efeitos limitados sobre a apreciação da moeda no curto prazo.
"Esses swaps não são fluxo de
capital. Portanto, seus efeitos são
limitados", afirma Welch.
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