São Paulo, quarta-feira, 06 de maio de 2009

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@grupofolha.com.br

VAI DEMORAR
Os R$ 10 bilhões liberados pelo governo para a agroindústria ainda não chegaram à ponta tomadora. A constatação é do próprio ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Os ministérios envolvidos buscam soluções, mas essa chegada ainda pode demorar algumas semanas, segundo ele.

RECURSOS PRÓPRIOS
Para Luis Carlos Guedes Pinto, do BB, há alguns obstáculos a serem ultrapassados, principalmente devido às rígidas normas do Banco Central. O BB, no entanto, já está adiantando recursos próprios à espera dessa solução. Guedes diz que o banco já repassou R$ 250 milhões às usinas para a formação de estoques de álcool.

FUNDAMENTOS BONS
As perspectivas para o agronegócio brasileiro são melhores do que se imaginava há alguns meses. Foi o consenso a que chegaram vários analistas, ontem, em seminário sobre o agronegócio promovido pela BM&F e pelo Ministério da Agricultura, em São Paulo. Até o crédito, o calcanhar de aquiles do setor, está melhorando, segundo eles.

SEM IMPACTO
As perspectivas são boas também para o setor de carnes. Até o setor de suínos deve passar incólume no ano, apesar da gripe originada na América do Norte. Com isso, os preços do milho vão se valorizar, devido à demanda interna, à alta nas exportações -que podem chegar a 9 milhões de toneladas- e a problemas climáticos na safrinha. A análise é de André Pessoa, da Agroconsult.

ESTOQUE OU CONSUMO?
"Para a soja, não há crise. Há apenas problemas pontuais." A afirmação é do analista Anderson Galvão, da consultoria Céleres, que também participou do seminário. Um sinal disso são as compras da China, cada vez maiores. Para uns, para formação de estoques; para outros, porque a demanda interna chinesa por alimentos se mantém aquecida. Fernando Muraro, da Agência Rural, aposta na formação de estoques.

QUESTÃO DE DEMANDA
No caso do café, o lançamento de opções e o alongamento das dívidas dos cafeicultores podem ser motivos de sustentação nos preços do produto. A principal dúvida no setor, no entanto, é como se comportará a demanda externa, segundo Celso Vegro, do IEA (Instituo de Economia Agrícola).

FINANCIAMENTO
O financiamento do agronegócio começa a atrair mais os bancos que negociaram R$ 12,3 bilhões de LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) nos quatro primeiros meses deste ano. Durante todo o ano de 2008, foram R$ 38,6 bilhões, segundo Ivan Wedekin, da BM&FBovespa. São papéis cujo lastro vem do agronegócio.


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