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Prestações fixas já são 30% dos contratos habitacionais
Estimativa é da Abecip, que considera empréstimos com recursos da poupança
No ano passado, governo redefiniu as fórmulas de financiamento, criando a "TR travada", que considera um valor médio da taxa
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Com a possibilidade de não
ter surpresas nas prestações da
casa própria desde o ano passado, os mutuários estão preferindo as parcelas fixas. Segundo o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e
Poupança), Décio Tenerello,
30% dos financiamentos habitacionais com recursos da poupança, em alguns bancos, já
têm esse tipo de contrato.
"As pessoas ficam muito
preocupadas com o valor da
prestação. Esse número pode
chegar a meio a meio", disse
Tenerello. No Bradesco, maior
banco privado do país, o percentual saltou de 10% do total
de financiamentos, em janeiro,
para 35% neste mês.
Embora sem os números,
Mara Lúcia Sotério, gerente
nacional de crédito imobiliário
da Caixa Econômica Federal,
que lidera a liberação de recursos habitacionais, afirmou que
esse tipo de contrato ainda não
conquistou os clientes do banco, que atende também classes
de menor renda.
Em setembro, o CMN (Conselho Monetário Nacional) redefiniu as fórmulas de financiamento com recursos da poupança. Uma delas estabelece
que o teto de juros para os contratos de financiamento imobiliário por meio da chamada
"TR travada" vai considerar o
valor médio da taxa referencial
anual dos últimos 90 dias,
acrescidos de, no máximo, 12%.
A fórmula tradicional, com
TR mais juros de até 12% ao
ano, continua valendo, mas,
nesse caso, as parcelas são variáveis. Além disso, o banco pode fixar uma taxa de juros, desde que esse percentual fique
abaixo da soma da "TR travada"
mais os 12%.
SFH
A política de crédito ainda está longe de atender bem a população. O SFH (Sistema Financeiro da Habitação) -financiamentos com recursos da
poupança ou do FGTS - só está
presente em 10% dos investimentos das famílias em habitação, mas poderia chegar a 27%
em 2010 com uma política voltada para essa área.
A análise está em um estudo
da FGV (Fundação Getulio
Vargas), feito a pedido da Abecip e divulgado ontem. Segundo Fernando Garcia, coordenador da FGV Projetos, o percentual restante é bancado por
construtoras, incorporadoras e
autoconstrução, que inclui os
"puxadinhos", entre outros.
Na década de 1980, esse percentual chegou a 40%, mas o
ideal, para Garcia, é passar dos
50%. Entre as medidas para
alavancar a procura por crédito
nos bancos, estão, segundo a
FGV, a desoneração tributária,
a desburocratização na elaboração dos contratos e a queda
das taxas de juros.
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