São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2007

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Prestações fixas já são 30% dos contratos habitacionais

Estimativa é da Abecip, que considera empréstimos com recursos da poupança

No ano passado, governo redefiniu as fórmulas de financiamento, criando a "TR travada", que considera um valor médio da taxa


TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Com a possibilidade de não ter surpresas nas prestações da casa própria desde o ano passado, os mutuários estão preferindo as parcelas fixas. Segundo o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Décio Tenerello, 30% dos financiamentos habitacionais com recursos da poupança, em alguns bancos, já têm esse tipo de contrato.
"As pessoas ficam muito preocupadas com o valor da prestação. Esse número pode chegar a meio a meio", disse Tenerello. No Bradesco, maior banco privado do país, o percentual saltou de 10% do total de financiamentos, em janeiro, para 35% neste mês.
Embora sem os números, Mara Lúcia Sotério, gerente nacional de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, que lidera a liberação de recursos habitacionais, afirmou que esse tipo de contrato ainda não conquistou os clientes do banco, que atende também classes de menor renda.
Em setembro, o CMN (Conselho Monetário Nacional) redefiniu as fórmulas de financiamento com recursos da poupança. Uma delas estabelece que o teto de juros para os contratos de financiamento imobiliário por meio da chamada "TR travada" vai considerar o valor médio da taxa referencial anual dos últimos 90 dias, acrescidos de, no máximo, 12%.
A fórmula tradicional, com TR mais juros de até 12% ao ano, continua valendo, mas, nesse caso, as parcelas são variáveis. Além disso, o banco pode fixar uma taxa de juros, desde que esse percentual fique abaixo da soma da "TR travada" mais os 12%.

SFH
A política de crédito ainda está longe de atender bem a população. O SFH (Sistema Financeiro da Habitação) -financiamentos com recursos da poupança ou do FGTS - só está presente em 10% dos investimentos das famílias em habitação, mas poderia chegar a 27% em 2010 com uma política voltada para essa área.
A análise está em um estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas), feito a pedido da Abecip e divulgado ontem. Segundo Fernando Garcia, coordenador da FGV Projetos, o percentual restante é bancado por construtoras, incorporadoras e autoconstrução, que inclui os "puxadinhos", entre outros.
Na década de 1980, esse percentual chegou a 40%, mas o ideal, para Garcia, é passar dos 50%. Entre as medidas para alavancar a procura por crédito nos bancos, estão, segundo a FGV, a desoneração tributária, a desburocratização na elaboração dos contratos e a queda das taxas de juros.


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