São Paulo, sábado, 06 de junho de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

PIB do Brasil cairá 2% em 2009, diz Goldfajn

Apesar de o pior já ter ficado para trás e a economia já mostrar sinais de recuperação, o PIB do Brasil vai cair 2% neste ano. O problema é que a queda no final do ano passado e no início de 2009 foi muito forte e a recuperação ainda é lenta.
A projeção é do Departamento de Economia do banco Itaú Unibanco, que acabou de fazer uma revisão para o comportamento do PIB em 2009 e 2010. Para o ano que vem, a previsão é de um crescimento de 3,7%.
Segundo o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, apesar desse número negativo de 2% para o PIB deste ano, o Brasil ainda terá um resultado melhor do que a maioria dos países nesta crise.
"O Brasil passou no teste de estresse melhor do que os outros países", afirma Goldfajn.
O problema, no entanto, de acordo com o economista, é que a recuperação da economia não será tão rápida quanto foi a queda. Muitos chegaram a imaginar que a economia poderia ter um comportamento semelhante a letra "V", com a queda e a volta rápidas, mas a recuperação vai demorar.
"O mundo ainda está um pouco morno, e o Brasil é influenciado por esse comportamento", diz Goldfajn.
Mesmo assim, os investidores de fora estão otimistas com o Brasil. O país atravessou a crise sem inflação, os juros estão em queda, o sistema bancário se mostrou sólido, o déficit em conta corrente está controlado e não houve sinal de pânico em nenhum setor. O país tem baixíssimo risco político e o Brasil ainda se favorece de ter um comércio forte com a China, que é vista como o país que primeiro conseguiu sair da crise.
"Há pouco tempo chegou a se pensar em tirar o "B" (de Brasil) dos Brics. Agora, se fala em tirar o "R" (de Rússia) e ficar apenas Bics", diz Goldfajn, para mostrar como o país se saiu melhor do que os outros na crise econômica.
A maior preocupação de Goldfajn é com a economia americana. Se os juros tiverem que subir (os juros futuros estão em alta), as projeções para o Brasil e para o resto do mundo vão ter que mudar.
Nas atuais condições, a previsão do Itaú Unibanco é de o PIB brasileiro crescer 3,7% em 2010 e 4,5% em 2011.

PRIORIDADE
O executivo brasileiro coloca a carreira acima da família, segundo pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Robert Half, com mais de 6.000 executivos em 20 países. De acordo com o levantamento, a carreira é prioridade para 47% dos executivos entrevistados no Brasil.

EMPENHO
Dos 115 executivos consultados pela consultoria DBM, 52% consideram insuficiente ou regular o esforço das companhias para manter o clima organizacional positivo neste contexto de crise econômica. Apenas quatro executivos afirmaram que o empenho das empresas nesse sentido é elevado.

CONGELADO
O grupo Pão de Açúcar quer aumentar a exportação de produtos in natura para o Casino, seu sócio francês. Até o final deste ano, a companhia deve dobrar o volume exportado de frango congelado em relação ao ano passado, em uma parceria com os frigoríficos Mabella e Copacol.

NO TRILHO
Jaques Wagner (BA), Paulo Sérgio Passos (Ministério dos Transportes) e José Francisco das Neves (Valec) participam na segunda, em Barreiras (BA), da primeira audiência pública sobre a Ferrovia Oeste-Leste. O projeto inclui 1.500 quilômetros de ferrovia e prevê investimento de R$ 4 bilhões.

ALONGAMENTO
O canal Esporte Interativo, que atualmente é transmitido pela TV aberta por antena parabólica, a partir do mês de julho vai passar a ser transmitido também pela internet e por meio do celular. Com um investimento de cerca de R$ 3 milhões, de acordo com Edgar Diniz, presidente do canal Esporte Interativo, o objetivo da empresa é passar das 60 milhões de pessoas impactadas no ano passado para aproximadamente 100 milhões de pessoas atingidas em 2009. "A gente espera aumentar o impacto com o crescimento da TV e das novas mídias", afirma Diniz.

PÊNALTI
Enrico Cucchiani, responsável pelas operações da Europa do Sul e da América do Sul do grupo segurador Allianz, esteve no Brasil nesta semana e participou de reuniões em que se definiram estratégias para a Copa de 2014. De olho no risco de engenharia das obras que serão construídas, Cucchiani diz que o Brasil está "no topo da lista" das prioridades do grupo, entre os 70 países onde a empresa está presente.



com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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